Banda pioneira do samba romântico, Raça Negra celebra quatro décadas de carreira, relembrando sucessos e mantendo-se no auge da cena musical nacional
Os anos 1980 marcaram a explosão do rock nacional, mas foi nessa década que surgiu uma das maiores referências do samba romântico no Brasil: o Raça Negra. Com 40 anos de carreira, a banda liderada por Luiz Carlos revolucionou o gênero, trazendo novos instrumentos e arranjos musicais, e estabelecendo um legado inquestionável no cenário musical brasileiro.
O grupo introduziu uma sonoridade singular ao samba, acrescentando elementos de sopro, metais e cordas em suas canções. Essa inovação transformou a visão tradicional do estilo, abrindo caminho para uma nova era do samba. Músicas atemporais como “Cheia de manias”, “Cigana” e “Doce paixão” tornaram-se ícones, conquistando tanto as rádios FM quanto milhões de corações pelo país.
Em comemoração a essas quatro décadas de êxito, o Raça Negra está realizando uma turnê com cerca de cinco shows por semana. Luiz Carlos, o vocalista, ressalta a importância da interação com os fãs e a responsabilidade compartilhada no sucesso duradouro da banda. “O público é o verdadeiro artista. Foram eles que nos deram a oportunidade de fazer nosso trabalho por tanto tempo. Se fosse da vontade deles, não existia mais Raça Negra”, afirma.
A longa jornada da banda paulista é repleta de marcos: detentores do maior cachê para um artista nacional na década de 1990 e recordistas com “É tarde demais”, canção que alcançou o título de música mais tocada em um único dia no mundo, segundo o Livro dos Recordes. Hoje, somam 2 milhões de ouvintes mensais em plataformas digitais, 12 milhões de seguidores nas redes sociais e mais de 1,5 bilhão de visualizações no YouTube. O icônico “dididididiê” de “Cheio de manias” acumula mais de 100 milhões de reproduções no Spotify.
A celebração dos 40 anos da banda não se restringe ao território brasileiro. O sucesso do Raça Negra ultrapassou fronteiras, atingindo públicos em países da América Latina, Europa, Estados Unidos e até mesmo na Coreia do Sul. A banda foi homenageada durante o K-Festival, evento que comemorou os 60 anos da imigração sul-coreana no Brasil.
Para marcar essa data especial, a banda embarcará em um cruzeiro temático intitulado “Cheia de Manias em Alto Mar”, que promete resgatar o melhor dos anos 1980 e 1990, além de contar com convidados especiais como Belo, Leonardo, Menos é Mais, Fundo de Quintal e um encontro do supergrupo Gigantes do Samba, com integrantes do Raça Negra e Alexandre Pires. Este evento, repleto de simbolismo e música, celebrará quatro décadas de sucesso e contribuição ao cenário musical brasileiro e internacional.