Previsão alarmante: Mortes por AVC devem aumentar 50% até 2050, alerta OMS

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Organização Mundial do AVC aponta a agilidade do atendimento médico como crucial para minimizar danos

 

De acordo com estimativas da Organização Mundial do AVC, aproximadamente 9,7 milhões de pessoas perderão suas vidas em decorrência de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) até o ano de 2050, conforme relatado em um artigo publicado na revista científica The Lancet Neurology. Esse número representa um aumento de 50% em relação aos dados de 2020, quando cerca de 6,6 milhões de óbitos por ano foram atribuídos ao AVC.

O AVC é classificado como a segunda principal causa de mortes globalmente, e, segundo especialistas, os danos causados por essa condição podem ser significativamente reduzidos com a rapidez do atendimento médico.

A neurologista e pesquisadora do Hospital Israelita Albert Einstein, Gisele Sampaio, enfatiza a importância crucial do tempo no tratamento do AVC. O início precoce do tratamento oferece melhores perspectivas de recuperação e minimização dos danos cerebrais. “Ligar para os serviços de emergência e informar que suspeita de um AVC é o mais recomendado”, orienta a médica.

Para garantir um tratamento ágil, o primeiro passo é a identificação dos sintomas. De acordo com informações do Ministério da Saúde, os sinais de um AVC incluem:

  • Fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna, especialmente em um lado do corpo;
  • Confusão mental;
  • Alteração da fala ou compreensão;
  • Alteração na visão (em um ou ambos os olhos);
  • Alteração do equilíbrio, coordenação, tontura ou alteração no andar;
  • Dor de cabeça súbita e intensa, sem causa aparente.

A neurologista explica que, quando esses sintomas surgem, o AVC já está em progresso, e, portanto, é crucial que o paciente seja levado imediatamente a um hospital. Em caso de necessidade, os serviços de emergência, como o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU – 192) ou os Bombeiros (193), podem ser acionados.

O AVC ocorre devido à alteração no fluxo de sangue para o cérebro, causada por entupimento ou rompimento dos vasos responsáveis por essa função. Existem dois principais subtipos de AVC:

  1. Acidente vascular isquêmico ou infarto cerebral: É o subtipo mais comum, representando 80% dos casos de AVC. Ocorre devido ao entupimento dos vasos cerebrais, causado por trombose (formação de placas em uma artéria principal do cérebro) ou embolia (quando um trombo ou placa de gordura de outra parte do corpo se desloca pela corrente sanguínea e atinge os vasos cerebrais).
  2. Acidente vascular hemorrágico: Menos frequente, é o subtipo mais grave de AVC, com altas taxas de mortalidade. Ocorre quando os vasos sanguíneos se rompem. O rompimento no interior do cérebro resulta em hemorragia intracerebral, enquanto em outros casos, ocorre a hemorragia subaracnoide, com sangramento entre o cérebro e a aracnoide, uma das membranas que compõem a meninge.

No tratamento do AVC, existem duas opções principais, conforme o neurocirurgião e especialista em doenças cerebrovasculares, Victor Hugo Espíndola:

  • Medicação intravenosa: Deve ser administrada nas primeiras 4 horas e meia após o início dos sintomas.
  • Cateterismo: Reservado para casos mais graves, podendo ser realizado até 24 horas após o início dos sintomas, com preferência pelas primeiras 6 horas.

A reabilitação é uma parte crucial do tratamento, buscando restaurar a mobilidade, habilidades funcionais e independência física e psicológica do paciente.

O neurocirurgião destaca a importância dos cuidados prévios na prevenção do AVC. “As pessoas têm que ter consciência de que até 80% dos AVCs podem ser evitados com bons hábitos de vida, como controlar a pressão, diabetes, obesidade, evitar o sedentarismo e parar de fumar”, enfatiza o médico.