Ministério lança campanha “Brasil sem Misoginia” para combater violência contra a mulher

© Claudio Kbene/PR

 

Ação visa mobilizar diversos setores da sociedade e aborda desde o feminicídio à violência online

 

 

O Ministério das Mulheres lançou nesta quarta-feira a campanha “Brasil sem Misoginia”, um esforço conjunto para combater o ódio, a discriminação e a violência contra a mulher em todas as suas formas. Mais de 100 acordos de adesão à campanha foram assinados durante a cerimônia de lançamento, envolvendo empresas, governos estaduais, movimentos sociais, sindicatos, times de futebol, torcidas organizadas e entidades culturais, educacionais e religiosas.

A ministra Cida Gonçalves enfatizou que um dos principais objetivos é combater o feminicídio, destacando que a misoginia é uma parte propulsora de todas as formas de violência contra a mulher. Somente em 2022, o Anuário da Segurança Pública registrou 1.400 casos de feminicídio no Brasil.

Gonçalves ressaltou que os feminicídios não se resumem ao ato de matar, pois têm raízes que começam com piadas, brincadeiras, maus-tratos e violência psicológica e moral. A campanha também abordará a violência online, colaborando com empresas como Google, Facebook, Meta e Youtube para combater o discurso de ódio e a exposição de mulheres nas redes sociais, incluindo a divulgação de fotos íntimas falsas.

Aumento alarmante de denúncias de discurso de ódio contra as mulheres na internet foi observado em 2022, com um aumento de 251%, de acordo com a ONG Safernet. Nesse sentido, a primeira-dama Janja Lula da Silva enfatizou a importância de cobrar a criminalização dos ataques nas redes sociais e a exclusão das contas responsáveis.

A campanha também focará no combate à violência de gênero, na redução da desigualdade salarial entre homens e mulheres, na prevenção da violência doméstica e na promoção da participação feminina nos espaços de poder. A representante da ONU Mulheres no Brasil, Ana Carolina Quirino, destacou que é necessário buscar mudanças nas normas sociais que perpetuam a violência contra a mulher nos espaços públicos e privados.

O evento de lançamento contou com a presença de ministros, ministras e parlamentares, reforçando a importância da mobilização para eliminar a misoginia e promover a igualdade de gênero no Brasil.