
quipe da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) é reconhecida e premiada por iniciativa inovadora no campo da saúde
Em uma cerimônia realizada na noite de quarta-feira (18), em São Paulo, a equipe da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) foi agraciada com o Prêmio Euro Inovação na Saúde, um reconhecimento de destaque em inovação na área da saúde. O prêmio, organizado pela multinacional farmacêutica Eurofarma, que opera em mais de 20 países, inclui uma premiação no valor de 500 mil euros, o equivalente a cerca de R$ 2,6 milhões.
A pesquisa reconhecida, denominada Calixcoca, é coordenada pelo professor Frederico Garcia, do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da UFMG. Em seu discurso de agradecimento, o professor Garcia expressou sua gratidão à sociedade brasileira pelo apoio à campanha de pesquisa. Ele ressaltou a importância da pesquisa científica na América Latina, destacando: “Desenvolver ciência na América Latina não é fácil. A UFMG está fazendo a diferença e só temos a agradecer o apoio da nossa reitora, Sandra Regina Goulart Almeida, e do nosso pró-reitor de Pesquisa, Fernando Reis.”
A Calixcoca, eleita a iniciativa mais votada por médicos de 17 países, se destacou entre outras 11 inovações na área da saúde desenvolvidas na América Latina. Entre as iniciativas premiadas, também estava a SpiN-Tec, uma vacina contra a COVID-19 desenvolvida pela UFMG, que recebeu um prêmio de 50 mil euros na categoria Inovação em Terapias.
O projeto Calixcoca é financiado até o momento pelos governos federal e estadual de Minas Gerais, bem como por meio de emendas parlamentares. No entanto, a continuidade do projeto depende de novos investimentos. Em agosto, a reitora Sandra Goulart Almeida e o professor Frederico Garcia apresentaram o projeto da vacina ao Ministro da Educação, Camilo Santana, buscando apoio do governo para a continuidade dos testes.
Em julho, o secretário de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, anunciou um aporte de R$ 10 milhões no projeto. Além disso, a UFMG, por meio da Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica (CTIT), está trabalhando para proteger a tecnologia em nível nacional e internacional e está buscando parcerias para licenciamento da pesquisa.
O medicamento desenvolvido pelos pesquisadores da UFMG induz o sistema imunológico a produzir anticorpos que se ligam à cocaína na corrente sanguínea. Essa ligação transforma a droga em uma molécula grande, que não consegue atravessar a barreira hematoencefálica. A pesquisa já passou por etapas pré-clínicas, onde se demonstrou segura e eficaz no tratamento da dependência de crack e cocaína, bem como na prevenção de complicações obstétricas e fetais resultantes da exposição às drogas durante a gravidez em animais.
O professor Frederico Garcia enfatizou o compromisso da equipe com pacientes que enfrentam a dependência química, afirmando: “Temos a missão de lidar com essas questões e cuidar das pessoas que sofrem com a dependência, incluindo gestantes que buscam proteger seus fetos e enfrentar a angústia da abstinência.”