Atividade Econômica Brasileira Apresenta Queda em Agosto, Revela Banco Central

Créditos: Shutterstock

 

Índice de Atividade Econômica registra redução de 0,77% no mês, enquanto acumulado de 12 meses permanece positivo

 

 

Nesta sexta-feira (20), o Banco Central divulgou dados que apontam uma queda na atividade econômica brasileira durante o mês de agosto. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) registrou uma redução de 0,77% em agosto em relação ao mês anterior, considerando dados dessazonalizados.

No mês de agosto, o IBC-Br alcançou a marca de 152,04 pontos. Quando comparado com o mesmo mês de 2022, o índice apresentou um crescimento de 1,28%, sem ajustes sazonais, já que a comparação é feita entre meses idênticos. No acumulado dos últimos 12 meses, o indicador permaneceu positivo, com uma alta de 2,82%.

Antes disso, o indicador tinha registrado aumento nos meses de junho e julho, seguindo uma retração observada em maio.

O IBC-Br desempenha um papel fundamental na avaliação da evolução da atividade econômica do país, auxiliando o Banco Central na tomada de decisões relacionadas à taxa básica de juros, a Selic, atualmente estabelecida em 12,75% ao ano. O índice incorpora informações sobre o nível de atividade de diversos setores da economia, incluindo indústria, comércio, serviços e agropecuária, bem como o volume de impostos arrecadados.

A taxa básica de juros, a Selic, é o principal instrumento do Banco Central para atingir as metas de inflação. A elevação da taxa tem o objetivo de controlar a demanda aquecida, o que, por sua vez, influencia os preços, uma vez que juros mais elevados tornam o crédito mais caro e incentivam a poupança. Embora taxas de juros mais altas possam contribuir para a redução da inflação, também podem dificultar o crescimento da economia.

O comportamento dos preços já levou o Banco Central a realizar dois cortes na taxa de juros no último semestre, um ciclo que deve continuar com reduções de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões. Após várias quedas no final do primeiro semestre, a inflação voltou a subir na segunda metade do ano, algo previsto por economistas.

Entretanto, em sua última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) reforçou a necessidade de manter uma política monetária contracionista para assegurar a convergência da inflação para as metas em 2024 e 2025, bem como para ancorar as expectativas. As incertezas nos mercados e a expectativa de inflação acima da meta continuam sendo fatores que influenciam as decisões sobre a taxa básica de juros.

Entre março de 2021 e agosto de 2022, o Copom aumentou a Selic em 12 ocasiões consecutivas, em um ciclo de aperto monetário que teve início devido ao aumento dos preços de alimentos, energia e combustíveis. Por um ano, de agosto do ano passado a agosto deste ano, a taxa permaneceu em 13,75% ao ano por sete vezes consecutivas.

Antes desse período de elevação, a Selic havia sido reduzida para 2% ao ano, atingindo o nível mais baixo desde o início da série histórica em 1986. Como resposta à contração econômica causada pela pandemia de COVID-19, o Banco Central reduziu a taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa permaneceu no nível mais baixo da história de agosto de 2020 a março de 2021.

O IBC-Br, divulgado mensalmente, utiliza uma metodologia diferente da empregada para medir o Produto Interno Bruto (PIB), que é o indicador oficial da economia brasileira. Segundo o próprio Banco Central, o índice contribui para a formulação da política monetária do país, mas não é uma prévia exata do PIB.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país. No segundo trimestre deste ano, a economia brasileira apresentou crescimento de 0,9% em relação ao trimestre anterior, superando as projeções. Em comparação com o mesmo período do ano anterior, o PIB registrou um avanço de 3,4%. O PIB acumula um aumento de 3,2% nos últimos 12 meses, com uma alta de 3,7% no primeiro semestre de 2023. Em 2022, o PIB do Brasil cresceu 2,9%, totalizando R$ 9,9 trilhões.