Brasil Desperdiça Mais de 28 Milhões de Doses de Vacinas que Perderam a Validade

Vacinas Covid-19 pediátricas da Pfizer-BioNTech, 17/01/2022, Foto: Myke Sena/MS

 

O Brasil enfrenta o desperdício de mais de 28 milhões de doses de vacinas que perderam a validade, resultando em um prejuízo de R$ 1,2 bilhão, de acordo com um acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU) aprovado nesta quarta-feira (18).

O levantamento apontou que nas secretarias municipais de Saúde, um total de 23.668.186 doses de vacinas vencidas representou um prejuízo de R$ 1,1 bilhão. Nas secretarias estaduais, foram 2.296.096 doses perdidas, resultando em prejuízos de R$ 59,2 milhões. No almoxarifado do Ministério da Saúde, em Guarulhos (SP), foram encontradas 2.215.000 doses expiradas, resultando em perdas financeiras de R$ 55,6 milhões.

O Ministério da Saúde atribui essas perdas apenas ao não cumprimento das metas de vacinação, sem identificar causas específicas. O relatório do TCU observa que as perdas podem ter várias causas, incluindo a falta ou atraso no registro de vacinação, não utilização do quantitativo de doses indicadas nos frascos, inconsistências no registro de vacinação e rejeição da população a determinados tipos de vacina.

Por unanimidade, os ministros do TCU determinaram que o Ministério da Saúde apresente planilhas atualizadas de imunizantes referentes aos anos de 2022, 2023 e 2024 nos próximos 15 dias. Além disso, a pasta deve apresentar um plano de ação em 30 dias, identificando medidas a serem adotadas para o monitoramento do processo de distribuição, vacinação e registro de vacinas contra a COVID-19. Até o momento, o Ministério da Saúde não se manifestou sobre a decisão do TCU.

As perdas nas secretarias municipais de Saúde concentraram-se principalmente em estados como Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Ceará e Rio Grande do Sul. Cerca de 80% das perdas nos municípios envolveram as vacinas Comirnaty/Pfizer e AstraZeneca/Fiocruz. Nas secretarias estaduais, o Paraná liderou em termos de perdas, seguido por São Paulo e Rio de Janeiro, com a vacina AstraZeneca/Fiocruz sendo a mais impactada.