O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta quarta-feira (18) que é necessário aguardar a “evolução dos fatos” para considerar a possibilidade de propor um novo projeto de resolução sobre o conflito entre Israel e o Hamas, na Palestina, ao Conselho de Segurança das Organizações das Nações Unidas (ONU). A declaração foi feita durante o depoimento do chanceler perante a Comissão de Relações Exteriores do Senado.
“Devemos esperar a evolução dos fatos e avaliar se há condições de propor algo. A proposta precisa ser diferente da atual, pois se repetirmos a mesma, obteremos, evidentemente, o mesmo resultado”, afirmou Vieira.
Anteriormente, em comunicado, o Palácio do Itamaraty lamentou a rejeição da proposta de resolução elaborada pelo Brasil. Apenas os Estados Unidos (EUA) votaram contra, enquanto 12 países aprovaram e dois se abstiveram (Reino Unido e Rússia). Entretanto, devido ao direito de veto dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Rússia, Reino Unido, França, China e Estados Unidos), o texto não foi aprovado.
Apesar da rejeição, o ministro ressaltou que o Brasil conseguiu construir uma grande maioria em torno de uma resolução de consenso. “Foi uma vitória diplomática brasileira reunir 12 países que se uniram a nós pedindo uma saída humanitária”, observou Mauro Vieira.
A proposta condenava os atos do Hamas contra Israel em 7 de outubro como atos terroristas, apelava para a libertação imediata e incondicional de todos os reféns civis e pedia uma pausa no conflito para permitir a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.
A resolução também exigia “o fornecimento contínuo de bens essenciais para a população civil, como artigos médicos, água e alimentos”, e pedia a revogação da ordem para a evacuação de civis e funcionários das Nações Unidas de Gaza ao norte de Wadi Gaza.
