Anvisa autoriza ensaio clínico no Brasil com terapia genética contra câncer no sangue

Foto de Marcelo Leal na Unsplash

 

Pesquisa envolve uso de células CAR-T para tratar leucemia linfoide aguda B e linfoma não Hodgkin B

 

 

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu autorização para a realização de um ensaio clínico no Brasil com um medicamento à base de células geneticamente modificadas, conhecidas como células CAR-T. Essa terapia representa um avanço promissor no tratamento contra o câncer sanguíneo, sendo desenvolvida especialmente para tratar casos de leucemia linfoide aguda B e linfoma não Hodgkin B, em situações de recorrência da doença ou resistência ao tratamento convencional.

A pesquisa será conduzida pela Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto (FUNDHERP), em colaboração com o Instituto Butantan. Os estudos encontram-se em uma fase clínica inicial, e a Anvisa destaca que a segurança e eficácia da técnica serão rigorosamente avaliadas ao longo do processo. A aprovação da agência implica revisões frequentes dos dados e informações da pesquisa, com planejamento de monitoramento até dezembro de 2024 para acompanhar o desenvolvimento do produto de perto.

A agência ressalta que, em caso de resultados positivos, o objetivo é registrar o produto rapidamente, permitindo que as pessoas tenham acesso a uma opção de tratamento segura, eficaz e de alta qualidade disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). Um marco importante dessa terapia ocorreu em 2019, quando o primeiro voluntário brasileiro submetido a um tratamento experimental com células CAR-T apresentou remissão total de um linfoma em estágio terminal, conforme informações do Instituto Butantan.

A terapia com células CAR-T, originada nos Estados Unidos e em testes desde 2010, obteve resultados promissores nesse país, culminando na aprovação do tratamento pela agência reguladora americana Food and Drug Administration (FDA) em 2017. Esse avanço terapêutico abre perspectivas significativas no campo da oncologia, trazendo esperança para pacientes que enfrentam formas agressivas de câncer sanguíneo.