Falha em equipamentos de parques eólicos e solares é apontada como causa do apagão em agosto, informa ONS

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Relatório do Operador Nacional do Sistema Elétrico revela que falha nos controles de tensão de usinas eólicas e solares levou ao apagão que afetou 29 milhões de brasileiros em agosto

 

 

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) divulgou nesta terça-feira (26) os resultados da análise sobre a causa do apagão que atingiu o Brasil em 15 de agosto, afetando cerca de 29 milhões de brasileiros em quase todo o país. O relatório apontou que a principal causa foi uma falha no desempenho de equipamentos de parques eólicos e solares, localizados próximos à linha de transmissão Quixadá – Fortaleza II, no Ceará.

De acordo com o relatório, os equipamentos responsáveis pelo controle de tensão dessas usinas operaram abaixo do ideal. Especificamente, a capacidade de suporte dinâmico de potência reativa ficou aquém dos modelos matemáticos fornecidos pelos agentes e representados na base de dados oficial de transitórios eletromecânicos.

A diferença entre o desempenho real dos equipamentos e as simulações impossibilitou que o ONS identificasse os riscos relacionados ao cenário operativo pré-distúrbio, o que resultou na queda de energia em larga escala.

O relatório, chamado de Relatório de Análise de Perturbação (RAP), foi disponibilizado para os agentes do sistema elétrico, que terão a oportunidade de manifestar suas considerações. A versão final do relatório será concluída até 17 de outubro.

Relembre o ocorrido

O apagão, que afetou 25 estados e o Distrito Federal, iniciou às 8h30 do dia 15 de agosto, resultando em uma queda no fornecimento de 19 mil megawatts, aproximadamente 27% da carga total (73 mil MW) naquele horário. A recuperação do serviço variou de acordo com as regiões, sendo restabelecido quase integralmente em menos de uma hora nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. No Nordeste, foram necessárias três horas para restabelecer 70% da carga afetada, enquanto na Região Norte a recuperação foi de cerca de sete horas.