Brasil inicia transição para vacinação de rotina contra a COVID-19

 

Após a aplicação de mais de 540 milhões de doses em quase três anos, o Brasil está passando por uma transição na estratégia de vacinação contra a COVID-19, migrando das campanhas emergenciais para a imunização de rotina. A mudança foi discutida pelo diretor do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Eder Gatti, durante a Jornada Nacional de Imunizações, promovida pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) em Florianópolis.

Neste ano, o Ministério da Saúde ampliou a vacinação com doses de reforço bivalentes para toda a população acima de 12 anos de idade. Contudo, a adesão foi baixa, mesmo entre os grupos prioritários considerados de maior risco. Enquanto 516 milhões de doses de vacinas monovalentes foram aplicadas no país, apenas 28 milhões de bivalentes foram administradas, com apenas 217 mil aplicadas em adolescentes.

Para 2024, está sendo elaborada a proposta de incluir a vacinação contra a COVID-19 no calendário de rotina para crianças menores de 5 anos, além de doses de reforço periódicas pelo menos uma vez ao ano para grupos de risco, como idosos, imunocomprometidos e gestantes, seguindo a orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS). A inclusão de outros grupos, como profissionais de saúde e comunidades tradicionais, também está sendo considerada.

O diretor do PNI, Eder Gatti, pretende iniciar essa estratégia de vacinação de rotina contra a COVID-19 no início de 2024, substituindo o caráter excepcional que atualmente rege a imunização contra a doença. “A COVID-19 precisa deixar de ser uma estratégia de campanha e passar a ser uma recomendação permanente”, destacou Gatti.

O Brasil também está investindo em desenvolver vacinas nacionais utilizando a plataforma de RNA mensageiro, que tem se mostrado mais versátil no combate ao coronavírus. O Ministério da Saúde está apoiando pesquisas conduzidas pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos) e pelo Instituto Butantan nesse sentido. O objetivo é ter uma tecnologia nacional de RNA mensageiro disponível para o PNI, permitindo o desenvolvimento mais ágil de vacinas não apenas para a COVID-19, mas também para outras infecções.

Essa transição na estratégia de vacinação busca garantir a proteção contínua da população contra a COVID-19, considerando as mutações e variantes que continuam a surgir. A imunização é essencial para reduzir a gravidade das infecções e proteger a saúde pública. O monitoramento constante das variantes e a atualização das vacinas são fundamentais nesse processo.