A cidade de Sorriso, localizada em Mato Grosso, solidifica seu papel como líder na produção agrícola do Brasil. No ano passado, o município atingiu um valor de produção agrícola impressionante de R$ 11,5 bilhões, representando um crescimento de 15,2% em relação a 2021, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) por meio da pesquisa Produção Agrícola Municipal (Pam).
A Pam monitora 64 produtos agrícolas em todo o país, fornecendo detalhes sobre áreas plantadas, áreas colhidas, quantidades produzidas, rendimentos médios e valores de cultivos temporários e permanentes.
O Brasil como um todo registrou um recorde no valor de produção agrícola em 2022, atingindo a marca de R$ 830,1 bilhões, um aumento de 11,8% em relação ao ano anterior. Esse crescimento constante é notável, com uma alta de 130% desde 2019. No ano passado, a área colhida cresceu 5,4%, totalizando 90,4 milhões de hectares, equivalente ao tamanho do estado de Mato Grosso, se fosse contígua.
A produção de cereais, leguminosas e oleaginosas atingiu a impressionante marca de 263,8 milhões de toneladas, representando um aumento de 3,8% em relação a 2021.
A soja continua a ser o principal produto agrícola do Brasil, com o país mantendo sua posição como o maior produtor mundial. Apesar de uma redução de 10,5% na produção em 2022 devido a uma estiagem prolongada, o valor da produção da soja cresceu 1,3%, alcançando R$ 345,4 bilhões.
A soja representa 41,6% do valor total da produção agrícola do país, seguida pelo milho (16,6%). A produção de milho, em particular, contribuiu significativamente para o aumento do valor da produção agrícola, com um aumento de 18,6% em relação à safra anterior, atingindo a marca de 109,4 milhões de toneladas e gerando R$ 137,7 bilhões em valor bruto.
A produção de cana-de-açúcar alcançou 724,4 milhões de toneladas, um aumento de 1,2%, com o valor da produção subindo 24,2% para R$ 93,5 bilhões. A colheita de café cresceu 6,3%, atingindo 3,2 milhões de toneladas, enquanto o valor do café aumentou 48,8%, mantendo o Brasil como o maior produtor e exportador de café do mundo.
Outros destaques incluem o algodão, que teve um aumento de 12,4% na colheita, chegando a 6,4 milhões de toneladas, com um valor de produção de R$ 33,1 bilhões (25,2% a mais em relação a 2021). O trigo também alcançou um recorde de 10,3 milhões de toneladas, um aumento de 31,3%, com um valor de produção de quase R$ 15,7 bilhões (42,6% a mais em relação ao ano anterior).
A falta de chuvas no Rio Grande do Sul impactou a produção de arroz, que caiu 7,6% em 2022, totalizando 10,8 milhões de toneladas, resultando em R$ 15,5 bilhões em valor de produção, uma redução de 18,9% em comparação a 2021.
Em 2022, a estiagem no Sul levou Mato Grosso a liderar o ranking de estados produtores, respondendo por 21,1% do valor total da produção agrícola nacional. São Paulo, maior produtor de cana-de-açúcar e laranja, assumiu o segundo lugar (12,4%), seguido por Minas Gerais, líder na produção de café, que subiu duas posições e ocupa o terceiro lugar (10,5%). O Paraná, apesar da estiagem na produção de soja, permaneceu em quarto lugar (10,1%), enquanto o Rio Grande do Sul, com perdas nas safras de soja e arroz, caiu da segunda para a sexta posição entre os estados.
Em termos de regiões, o Centro-Oeste lidera como o maior celeiro do país, com um valor de produção de R$ 304 bilhões, seguido pelo Sudeste, Sul, Nordeste e Norte.
Os dez municípios com os maiores valores de produção agrícola geraram juntos R$ 74,7 bilhões, concentrando 9% do valor nacional.
