Previsão de Crescimento da Economia Brasileira em 2023 Sobe para 2,64%

 

Pelo terceiro período consecutivo, as projeções do mercado financeiro para o crescimento da economia brasileira em 2023 aumentaram, passando de 2,56% para 2,64%. Essa estimativa foi divulgada no Boletim Focus desta segunda-feira (11), uma pesquisa semanal realizada pelo Banco Central (BC) que apresenta as projeções dos principais indicadores econômicos do país.

Para o ano seguinte, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB), que representa a soma de todos os bens e serviços produzidos no Brasil, é de um crescimento de 1,47%. Já para os anos de 2025 e 2026, o mercado financeiro projeta um aumento de 2% no PIB para ambos os anos.

Os resultados reais da economia também têm superado as projeções, com destaque para o segundo trimestre deste ano, em que o Brasil registrou um crescimento de 0,9% em relação ao primeiro trimestre de 2023, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em comparação com o mesmo período do ano anterior, o país experimentou um avanço de 3,4%.

No acumulado dos últimos 12 meses, o PIB brasileiro apresentou uma alta de 3,2%, enquanto no primeiro semestre de 2023, o crescimento acumulado foi de 3,7%.

Inflação

A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é a inflação oficial do país, também sofreu alterações. Ela subiu de 4,92% para 4,93%. Para o ano de 2024, a estimativa de inflação permaneceu em 3,89%, enquanto para 2025 e 2026, as previsões indicam 3,5% para ambos os anos.

Vale destacar que a estimativa para a inflação em 2023 ultrapassa o limite superior da meta estabelecida pelo Banco Central, que é de 3,25%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, resultando em um intervalo de 1,75% a 4,75%. Segundo o BC, no último Relatório de Inflação, há uma probabilidade de 61% de a inflação oficial ultrapassar o teto da meta em 2023.

A projeção para a inflação em 2024 também fica acima do centro da meta, que é de 3%, mas ainda dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Taxa de Juros

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central utiliza a taxa básica de juros, conhecida como Selic, atualmente estabelecida em 13,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Diante da redução da inflação, o Copom iniciou, no mês passado, um ciclo de redução da Selic.

O mercado financeiro projeta que a Selic encerre 2023 em 11,75% ao ano. Para o final de 2024, a expectativa é de que a taxa básica alcance 9% ao ano. Já para os anos de 2025 e 2026, a previsão é de que a Selic se estabilize em 8,5% ao ano para ambos os anos.

A taxa básica de juros tem grande influência sobre a economia, uma vez que, quando aumentada, ela pode conter a demanda aquecida, impactando nos preços devido ao encarecimento do crédito e à estimulação da poupança. Por outro lado, a redução da Selic tende a tornar o crédito mais acessível, estimulando a produção e o consumo e, consequentemente, impulsionando a atividade econômica.

Por fim, as projeções do mercado financeiro para a cotação do dólar apontam um valor de R$ 5 para o final de 2023, com uma ligeira elevação para R$ 5,02 prevista para o encerramento de 2024.