A Câmara dos Deputados realizou nesta segunda-feira (11) uma sessão solene para homenagear a III Marcha das Mulheres Indígenas. O plenário da Casa ficou lotado com centenas de mulheres de todo o país, que ocuparam os assentos destinados aos parlamentares e discursaram em defesa do meio ambiente e dos direitos dos povos originários.
A III Marcha das Mulheres Indígenas, organizada pela Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga), reúne em Brasília cerca de 5 mil representantes dos povos indígenas, além de convidadas de outros países. O tema deste ano é “Mulheres Biomas em Defesa da Biodiversidade Através das Raízes Ancestrais”. A marcha também visa a dar continuidade à luta do movimento indígena contra o garimpo ilegal e em favor da demarcação das terras da União de usufruto exclusivo indígena.
A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, enfatizou que a marcha é uma luta pela existência e pela vida. Ela ressaltou que a biodiversidade é essencial para a preservação dos direitos dos povos indígenas e de seus modos de vida. A ministra também fez uma avaliação crítica dos últimos seis anos como um “período tenebroso para os direitos dos povos indígenas”.
A presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana, participou da sessão solene e destacou o compromisso das mulheres indígenas em contribuir para o bem-estar de todos os seres vivos. Durante a abertura da sessão, a cantora amazonense Djuena Tikuna entoou os versos do Hino Nacional adaptados para a língua de seu povo.
A deputada federal Célia Xakriabá (PSOL-MG), autora do requerimento para a homenagem à Marcha das Mulheres Indígenas, leu o discurso enviado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-MG). Lira enfatizou que a marcha representa não apenas as comunidades originárias, mas todos os brasileiros que defendem a diversidade ambiental e cultural, assim como a preservação dos biomas e a exploração sustentável para geração de emprego e renda.
Lira afirmou que o Parlamento deve proteger, por meio da lei, o direito que assegura a integridade do território com dignidade de seus habitantes. A sessão solene também contou com a presença de cacicas e representantes dos povos do bioma Mata Atlântica, destacando a importância da representatividade indígena no Parlamento, que atualmente conta com cinco deputados federais indígenas eleitos.
A homenagem na Câmara dos Deputados reflete a importância da luta das mulheres indígenas na preservação de seus territórios, culturas e tradições, bem como na defesa do meio ambiente e dos direitos dos povos originários. A sessão solene reforça a necessidade de diálogo e a proteção das comunidades indígenas em um momento crítico para esses povos no Brasil.