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Dívida pública federal tem leve queda em julho devido a vencimento de títulos prefixados

 

A Dívida Pública Federal (DPF) registrou uma leve queda de 0,8% em julho, passando de R$ 6,191 trilhões em junho para R$ 6,142 trilhões no mês passado, de acordo com dados divulgados pelo Tesouro Nacional. Esse recuo se deve ao alto volume de vencimento de títulos prefixados no período.

Apesar da queda, o Tesouro prevê que a DPF voltará a subir nos próximos meses, de acordo com o Plano Anual de Financiamento (PAF) apresentado no início do ano, que estabelece que o estoque da DPF deve encerrar 2023 entre R$ 6,4 trilhões e R$ 6,8 trilhões.

A Dívida Pública Mobiliária interna (DPMFi) também registrou uma queda de 0,74%, passando de R$ 5,957 trilhões em junho para R$ 5,913 trilhões em julho. Isso ocorreu principalmente devido ao resgate de R$ 89,86 bilhões em títulos a mais do que a emissão no mês passado, principalmente em títulos prefixados.

No entanto, a queda na DPMFi foi amenizada pela apropriação de R$ 45,7 bilhões em juros, que são reconhecidos mês a mês, incorporando o valor ao estoque da dívida pública. Isso acontece devido à taxa Selic, que está em 13,25% ao ano, o que pressiona o endividamento do governo.

O Tesouro emitiu R$ 134,347 bilhões em títulos da DPMFi no último mês, enquanto os resgates somaram R$ 224,207 bilhões. Essa diferença entre emissões e resgates foi a maior desde janeiro deste ano, quando houve um recorde de vencimento de títulos prefixados.

No mercado externo, a queda do dólar em julho aumentou o endividamento do governo. A Dívida Pública Federal externa (DPFe) caiu 2,17%, passando de R$ 234,04 bilhões em junho para R$ 228,96 bilhões em julho. Isso foi resultado do recuo de 1,61% na moeda norte-americana no mês passado.

O colchão da dívida pública, uma reserva financeira usada em momentos de turbulência ou concentração de vencimentos, caiu em julho, passando de R$ 1,118 trilhão em junho para R$ 991,85 bilhões no mês passado. Isso ocorreu devido ao alto resgate líquido provocado pelo elevado volume de vencimentos em julho. Atualmente, o colchão cobre 8,28 meses de vencimentos da dívida pública.

A composição da DPF foi impactada pelo grande volume de vencimentos, com a proporção de títulos corrigidos pelos juros básicos subindo levemente. A fatia de títulos prefixados caiu, enquanto a de títulos corrigidos pela inflação aumentou. Os detentores da DPF incluem instituições financeiras, fundos de investimento, fundos de pensão e não residentes, sendo os primeiros os principais detentores, com 29,2% de participação.

A participação de não residentes, ou seja, estrangeiros, caiu para 9,2%, o menor nível desde setembro do ano passado. Isso ocorre após a fatia dos estrangeiros na dívida pública ter alcançado 9,8% em fevereiro deste ano. Os demais grupos somam 14,3% de participação na DPF.

A Dívida Pública Federal é uma maneira pela qual o governo capta recursos dos investidores para cumprir suas obrigações financeiras, comprometendo-se a devolver os recursos após alguns anos, com algum tipo de correção, como a taxa Selic, inflação, dólar ou taxa prefixada.

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