
Uma nova variante altamente mutante do vírus que causa a Covid-19, apelidada de “Pirola” por caçadores de variantes nas redes sociais, está gerando preocupações em todo o mundo. A variante, conhecida como BA.2.86, apresenta mais de 30 alterações de aminoácidos na proteína spike em comparação com seu ancestral mais próximo, a subvariante BA.2 da Ômicron, de acordo com cientistas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a BA.2.86 como uma “variante sob monitoramento”, o que incentiva os países a rastrear e relatar as sequências que encontrarem. Se a variante causar doença mais grave, for resistente a vacinas ou tratamentos existentes, ela pode ser elevada à categoria de “variante de interesse” ou “variante de preocupação” pela OMS.
Até o momento, apenas seis sequências da BA.2.86 foram relatadas em quatro países, mas os epidemiologistas temem que possa haver mais casos não detectados devido à diminuição da vigilância global de variantes.
A nova variante foi inicialmente detectada em Israel e desde então foram relatadas sequências na Dinamarca, Estados Unidos e Reino Unido. Os cientistas estão investigando se essa variante é mais transmissível, mais grave ou se possui resistência a tratamentos e vacinas existentes.
Apesar das preocupações, Mandy Cohen, diretora dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, pede calma, afirmando que o sistema de detecção da Covid-19 está funcionando adequadamente e que a resposta está mais preparada do que nunca para enfrentar mudanças no vírus.
No Reino Unido, a Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido (UKHSA) observou que o fato de a variante ter sido encontrada em quatro países diferentes, em pessoas sem histórico de viagens recentes, sugere transmissão internacional estabelecida. No entanto, a confiança nessa avaliação permanece baixa até que mais sequências estejam disponíveis.
Essa nova variante surge em um momento em que a Ômicron ainda é a principal preocupação global devido à sua alta transmissibilidade e capacidade de evadir parcialmente a imunidade. A variante XBB EG.5, um descendente da Ômicron, é atualmente a variante dominante nos EUA, causando cerca de 20% de todos os novos casos de Covid-19 no país.
Os cientistas continuam a monitorar e estudar essas novas variantes, destacando a importância da vigilância constante para entender seu impacto na saúde pública e na eficácia das medidas de controle da pandemia.