Mercado Financeiro eleva projeção da inflação para 4,9% em 2023

 

O mercado financeiro revisou para cima a estimativa da inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), para 4,9% em 2023, de acordo com o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (21). A projeção anterior estava em 4,84%. Para os anos subsequentes, as estimativas são de 3,86% em 2024, 3,5% em 2025 e 3,5% em 2026.

No entanto, a projeção para 2023 está acima do teto da meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3,25%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Isso significa que a inflação poderia variar entre 1,75% e 4,75%. Segundo o Banco Central, a probabilidade de a inflação oficial ultrapassar o limite superior da meta em 2023 é de 61%.

A projeção para 2024 também está acima do centro da meta, que é de 3%, mas ainda dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Em julho, a inflação medida pelo IPCA foi de 0,12%, influenciada pelo aumento dos preços da gasolina. Com isso, a inflação oficial acumula 2,99% no ano e 3,99% nos últimos 12 meses, ultrapassando os 3,16% acumulados até junho.

O Banco Central utiliza a taxa básica de juros, a Selic, como principal instrumento para atingir a meta de inflação. Diante da desaceleração do IPCA, o Comitê de Política Monetária (Copom) iniciou um ciclo de redução da Selic neste mês, com a taxa atualmente em 13,25% ao ano.

Segundo as projeções do mercado financeiro, a expectativa é que a Selic encerre 2023 em 11,75% ao ano e caia para 9% ao ano em 2024. Para 2025 e 2026, a previsão é de que a taxa básica de juros fique em 8,5% ao ano.

A taxa Selic influencia o custo do crédito, a poupança e a expansão da economia. Quando o Copom aumenta a Selic, a finalidade é conter a demanda aquecida e controlar a inflação, mas isso também pode desacelerar a economia. Por outro lado, quando a Selic é reduzida, o crédito se torna mais acessível, incentivando o consumo e a produção, mas pode causar pressões inflacionárias.

Além disso, o mercado financeiro manteve a projeção de crescimento da economia brasileira em 2,29% para 2023 e 1,33% para 2024, com expectativas de expansão de 1,9% em 2025 e 2% em 2026.

No mercado cambial, a previsão é de que a cotação do dólar feche o ano de 2023 em R$ 4,95 e atinja R$ 5,00 no final de 2024.