Empresários brasileiros buscam oportunidades nos BRICS em encontro na África do Sul

© Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

Um grupo de 30 industriais brasileiros embarcou para a África do Sul com o intuito de participar de reuniões com empresários dos países que compõem os BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Os encontros, promovidos pelo Conselho Empresarial dos BRICS (Cebrics), estão acontecendo em Joanesburgo e se estendem até a próxima quarta-feira (23).

Embora a China tenha sido historicamente um dos principais parceiros comerciais do Brasil, os empresários brasileiros agora estão voltando sua atenção para as oportunidades oferecidas pelos outros três países do grupo, com destaque para a Índia.

A perspectiva de um crescimento econômico vigoroso na Índia nos próximos anos despertou o interesse dos empresários brasileiros. “Seria muito interessante que pudéssemos compartilhar desse crescimento e ampliar nossas relações comerciais e de investimento”, afirmou o presidente eleito da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, em entrevista à Agência Brasil. Ele lidera o grupo de empresários na África do Sul.

Segundo Alban, há oportunidades também a serem exploradas na Rússia e na África do Sul. “Com a Rússia, a gente tem muita sinergia quando a gente fala do agronegócio, na área de fertilizantes. Precisaríamos interagir um pouco mais para desenvolver novas tecnologias nessa área. Em relação à África do Sul, existe uma longa estrada para o desenvolvimento econômico. É uma porta de entrada que servirá de base para esse novo momento de neoindustrialização no Brasil.”

Para o presidente da CNI, o Brasil precisa liderar a economia verde. “O mundo vai buscar uma economia verde, e dentro dessa economia verde, o mundo vai cobrar produtos manufaturados de origem sustentável. Podemos nos transformar em um país de exportação de commodities de energia sustentável. Precisamos fazer a nossa descarbonização e sustentabilidade para nossas indústrias e, assim, sair na frente na colocação de produtos manufaturados efetivamente verdes.”

Ressaltando a importância do diálogo e da interação com os BRICS, Alban destaca que esses países representam 42% da população mundial e 25% do PIB global, além de possuírem vastos recursos naturais, como petróleo, gás natural, minério de ferro e água, bem como milhões de hectares de terras agricultáveis.

Além disso, o possível aumento no número de países interessados em ingressar nos BRICS é visto como uma oportunidade pelos empresários brasileiros. Pelo menos 22 países manifestaram interesse em integrar o bloco, e os atuais membros discutirão critérios e princípios para a admissão de novos participantes.

Alban espera que essa expansão seja benéfica para a indústria brasileira. “Esperamos que essa ampliação seja uma oportunidade para convergências de interesses e que possamos aproveitar as vantagens competitivas de cada um, acelerando onde somos convergentes e mitigando possíveis divergências.”