Estudo da Fiocruz revela impacto devastador das drogas dintéticas no cérebro

Medicamentos antivirais reduzem as chances de hospitalização e de mortes em estudos Christina Victoria Craft/Unsplash

 

Uma pesquisa inédita realizada pela Fiocruz de Minas Gerais lançou luz sobre a extensão do dano cerebral causado pelas drogas sintéticas. Essas substâncias químicas, que afetam o sistema nervoso central e desencadeiam alucinações, foram apontadas pelo estudo como causadoras de um “efeito devastador” nos neurônios.

O estudo concentrou-se nos compostos sintéticos 25H-NBOMe e 25H-NBOH, frequentemente comercializados ilegalmente sob a falsa identificação de ecstasy ou LSD. Utilizando fatias de cérebros de ratos, os pesquisadores avaliaram os efeitos dessas drogas.

O pesquisador e coordenador do estudo, Roney Coimbra, explicou à CNN Rádio que “podemos afirmar que essas drogas são mais devastadoras; registramos uma morte neuronal acentuada nessas fatias de tecido durante o período de exposição às drogas.” Ele ainda ressaltou que mesmo após a interrupção da exposição aos compostos, a “morte neuronal continua.”

O foco do estudo foi a região cerebral chamada hipocampo, que desempenha um papel fundamental na formação de memórias e no desenvolvimento do conhecimento. Coimbra explicou que, a partir do acúmulo de conhecimentos adquiridos ao longo da vida, moldamos nossa personalidade. Portanto, a “morte de neurônios comprometerá a capacidade do indivíduo nesse aspecto.” O hipocampo também é responsável por abrigar as chamadas “células-sementes,” que têm a capacidade de se multiplicar e formar novos neurônios.

Esses resultados lançam um alerta sobre os efeitos negativos das drogas não apenas nos neurônios maduros, mas também nas células-sementes do hipocampo. A pesquisa destaca a importância de compreender o impacto dessas substâncias no cérebro humano e as implicações mais amplas que elas podem ter na saúde mental e na formação da personalidade.