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Parasitas são encontrados em fóssil de réptil antigo

Os cientistas coletaram o coprólito em 2010 no afloramento Huai Nam Aun, no nordeste da Tailândia Thanit Nonsrirach

 

Uma recente descoberta feita por paleontologistas revelou que até mesmo os répteis carnívoros que lembravam os crocodilos modernos, com sua armadura escamosa e dentes afiados, não estavam imunes a parasitas. Recentemente, cientistas encontraram evidências raras de infecção parasitária em um réptil que viveu entre 252 e 201 milhões de anos atrás, durante o período Triássico. Este réptil, possivelmente um fitossauro – um predador com focinho longo e membros curtos – foi descoberto a partir de fezes fossilizadas, conhecidas como coprólitos.

Os parasitas foram encontrados não nos ossos ou dentes do réptil, mas sim em uma pepita de fezes fossilizadas recuperada em um sítio arqueológico na Tailândia, datado de cerca de 200 milhões de anos atrás. Os cientistas cortaram o cocô preservado e encontraram pequenas estruturas orgânicas que se assemelham a ovos. A análise revelou pelo menos cinco tipos diferentes de parasitas, incluindo nematóides, um grupo de vermes parasitas que existe até hoje.

Esta descoberta é notável por ser a primeira evidência de parasitas em um vertebrado terrestre da Ásia durante o final do período Triássico. Além disso, este é o primeiro coprólito desse período e local a conter múltiplas espécies parasitárias.

Os pesquisadores acreditam que o réptil provavelmente abrigava várias infecções parasitárias, sugerindo que o ambiente propício à transmissão de parasitas estava presente no local.

Os coprólitos, embora possam parecer pouco impressionantes, são na verdade depósitos ricos em informações sobre ecossistemas do passado. Eles podem conter fósseis bem preservados que não são encontrados em outros locais, como células musculares, insetos e até mesmo restos de parasitas.

A descoberta também lança luz sobre como as presas e os parasitas interagiam nos ecossistemas antigos, sugerindo que os parasitas podem ter estado presentes nas presas antes de serem consumidas.

No entanto, os cientistas alertam que, embora essa descoberta seja fascinante, não é possível determinar o estado de saúde do réptil apenas com base na presença de parasitas em seus coprólitos. Os parasitas podem usar seus hospedeiros como meio de desenvolvimento sem necessariamente causar doenças.

Essa descoberta expande nosso entendimento sobre a complexa dinâmica dos ecossistemas antigos e como eles influenciaram a vida dos animais pré-históricos. Além disso, fornece uma visão única sobre as antigas relações parasita-hospedeiro e como essas relações evoluíram ao longo do tempo.

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