O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou nesta segunda-feira (14) a necessidade de encontrar uma solução para o problema do rotativo do cartão de crédito sem prejudicar nem o consumidor nem o comércio. Durante uma entrevista a jornalistas, Haddad não revelou qual seria a proposta preferida do governo para resolver o alto endividamento dos consumidores nessa modalidade de crédito, mas enfatizou que medidas como o fim do parcelamento sem juros não devem afetar negativamente as compras no comércio.
Haddad ressaltou que o parcelamento sem juros é responsável por mais de 70% das compras realizadas no comércio, tornando essa modalidade de crédito vital para a atividade econômica. Ele enfatizou que o consumidor que paga suas contas em dia não deve ser prejudicado por mudanças no sistema. A sugestão de eliminar as compras parceladas sem juros foi proposta pelos bancos como uma forma de reduzir as taxas de juros do crédito rotativo. No entanto, essa proposta gerou divergências entre as instituições financeiras e o comércio.
O ministro afirmou que os bancos precisam apresentar dados que justifiquem a necessidade de restringir o parcelamento. Ele mencionou que um grupo de trabalho formado por representantes do Ministério da Fazenda, Banco Central, Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), Câmara dos Deputados e Senado deve chegar a uma solução em até 90 dias.
Haddad também ressaltou a importância de solucionar a questão do rotativo do cartão de crédito, que possui taxas médias de juros elevadas. Ele reiterou que a proposta virá do grupo de trabalho e que o governo está comprometido em encontrar uma solução para o problema.
O ministro também esclareceu um mal-entendido envolvendo uma declaração feita por ele sobre a concentração de poderes na Câmara dos Deputados. Ele entrou em contato com o presidente da Câmara, Arthur Lira, para esclarecer que suas declarações não tinham um caráter pessoal de crítica à atual legislatura. Haddad destacou sua colaboração com os deputados ao longo do primeiro semestre para aprovar projetos importantes.
Além disso, Haddad mencionou que o governo está considerando enviar um projeto de lei para taxar as offshores (empresas no exterior) caso a Medida Provisória 1.171 perca a validade. Essa medida visa a alterar as regras de tributação de investimentos de brasileiros no exterior e contribuir para zerar o déficit primário em 2024.