Ampliação do Teste do Pezinho para Detecção da AME Gera Debate sobre Prazos e Tratamentos

 

Apesar da inclusão da atrofia muscular espinhal (AME) na quinta etapa de implantação do novo conjunto de doenças detectáveis ​​pelo Teste do Pezinho no Sistema Único de Saúde (SUS), ainda não há um cronograma definido para a efetivação dessa incorporação. A Lei 14.154/2021, em vigor desde maio de 2022, estabeleceu a expansão de seis doenças para 50 doenças detectáveis ​​pelo Teste do Pezinho, dando aos estados um prazo de quatro anos para implementar essas mudanças. A neurofisiologista e neurologista Marcela Câmara Machado, membro da Academia Brasileira de Neurologia, destacou que os estados precisam ser sensibilizados para acelerar a implantação das novas doenças, embora não haja previsão para a incorporação da AME.

O diagnóstico precoce é o principal objetivo do Teste do Pezinho, permitindo intervenções terapêuticas mais eficazes. A especialista enfatiza que as terapias gênicas, atualmente a opção mais cara do mundo, têm melhores resultados quando aplicadas em crianças sem sintomas. A detecção logo após o nascimento, antes da manifestação dos sintomas, possibilita uma vida mais próxima do normal para as crianças comprovadas.

A incidência presumida da AME é de uma pessoa a cada 10 mil nascimentos. No Brasil, esse número se traduz em um número considerável de crianças internadas por essa doença rara. No entanto, a invasão da AME no Teste do Pezinho ainda não possui um dado definitivo, o que gera ansiedade e preocupação entre as famílias sob controle.

A AME é uma doença degenerativa rara, passada de pais para filhos, que prejudica a produção de uma proteína vital para a sobrevivência dos neurônios, responsável por funções básicas do corpo como respirar, engolir e se mover. Não existe cura para a AME, mas tratamentos podem otimizar a qualidade de vida dos pacientes, especialmente quando iniciados precocemente.

O Ministério da Saúde oferece alguns medicamentos para tratar a AME no âmbito do SUS, como o medicamento Spinraza e o Risdiplam. Além disso, a terapia gênica Zolgensma foi aprovada para uso em crianças com até seis meses de idade. No entanto, a ausência de diagnóstico precoce limita a aplicação eficaz desses tratamentos.

Associações e grupos de apoio, como o Universo Coletivo AME, têm se mobilizado para conscientizar sobre a importância do diagnóstico precoce e pressionar pela incorporação da AME no Teste do Pezinho. A discussão também envolve questões de economia, uma vez que o tratamento precoce da AME pode resultar em custos menores para o sistema de saúde público.

Enquanto a luta pela detecção precoce da AME continua, a atenção permanece voltada para a conscientização sobre a doença e a necessidade de ampliar os esforços para garantir que todas as crianças afetadas tenham acesso a tratamentos adequados e a oportunidade de viver uma vida mais saudável e plena.