
A Associação Mico-Leão-Dourado (AMLD) celebra um marco importante para a conservação da espécie. Após um surto de febre amarela que causou um declínio de cerca de 32% na população do mico-leão-dourado nos últimos dois anos, a entidade anuncia que a população da espécie aumentou significativamente. De 2,5 mil indivíduos em 2019, agora são contabilizados 4,8 mil micos-leões-dourados em 2023. O Dia Nacional do Mico-Leão-Dourado, comemorado em 2 de agosto, trouxe essa boa notícia.
O surto de febre amarela que afetou a população desses primatas gerou preocupação e esforços para preservar a espécie. Com a situação controlada, a AMLD pretende compartilhar os resultados de seu trabalho de conservação com o público, incluindo visitantes, escolas, comunidades locais e turistas internacionais.
Visando a interação do público com a espécie, a AMLD construiu um mirante e duas estruturas para facilitar a observação da fauna e flora da região no Parque Ecológico Mico-Leão-Dourado. Em setembro, a Associação inaugurará no parque uma exposição permanente chamada “Casa do Mico”, que abrigará uma exposição interativa sobre a espécie, seus hábitos e características. A iniciativa tem como objetivo ampliar a conscientização sobre a conservação do mico-leão-dourado e da Mata Atlântica, um bioma ameaçado.
O projeto de conservação inclui também o plantio de palmito juçara (Euterpe edulis) em dez hectares de Mata Atlântica já restaurada na fazenda onde o parque está localizado, em Silva Jardim, interior do estado do Rio de Janeiro. A restauração da área que antes era destinada à criação de gado e cavalos ajuda a enriquecer o ecossistema com essa espécie ameaçada de extinção.
Luís Paulo Ferraz, secretário-executivo da AMLD, destaca que a região é a única onde essa espécie de mico-leão-dourado é encontrada e reforça que o projeto é de longo prazo, visando à preservação da espécie, recuperação da Mata Atlântica e melhoria das condições ambientais da região. Além disso, o projeto visa fortalecer as atividades de educação ambiental e expandir o número de escolas da região que farão visitas regulares ao parque.
A Associação Mico-Leão-Dourado conta desde 2019 com o apoio financeiro da ExxonMobil Brasil, que totaliza R$ 4,7 milhões ao longo de cinco anos, em parceria com o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio). Esse suporte tem sido fundamental para a estruturação e manutenção do Parque Ecológico Mico-Leão-Dourado, que foi adquirido pela AMLD em 2018.
O projeto de conservação do mico-leão-dourado teve início na década de 1970, com os primeiros estudos e iniciativas para proteger a espécie, e culminou com a criação da AMLD em 1992. Desde então, os pesquisadores e profissionais da associação trabalham incansavelmente para garantir a preservação desse primata tão icônico do Brasil.
As visitas ao Parque Ecológico ocorrem de quinta-feira a sábado, com a expectativa de expansão para os domingos em breve. Os interessados em conhecer o trabalho de conservação e a bela espécie do mico-leão-dourado podem fazer o agendamento pelo site da AMLD (micoleao.org.br). O sucesso da iniciativa é motivo de celebração e incentivo para continuar os esforços em prol da preservação da fauna e da flora da Mata Atlântica.