
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) tornou pública nesta sexta-feira (4) a denúncia contra o ex-bombeiro Maxwell Simões Correia, conhecido como Suel, acusado de liderar uma organização criminosa que explorava serviços clandestinos de TV por assinatura e internet, popularmente chamados de “gatonet”. Preso na semana passada, Suel atuaria em parceria com Ronnie Lessa, apontado como executor dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
A denúncia foi apresentada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) após o depoimento do ex-policial militar Élcio Queiroz, acusado de ser o motorista do veículo usado no atentado contra Marielle e Anderson. Élcio fechou um acordo de delação premiada e detalhou o envolvimento de Suel nos negócios clandestinos no bairro de Rocha Miranda, na zona norte do Rio.
Conforme a denúncia, os serviços de “gatonet” seriam comandados por Suel e Ronnie Lessa, e há outros quatro envolvidos, incluindo Maxwell Simões Correia Júnior, filho do ex-bombeiro. Além disso, a mulher de Suel, Aline Siqueira, foi denunciada por lavagem de dinheiro por ter em seu nome um veículo Land Rover adquirido com recursos provenientes da exploração do serviço clandestino.
O TJRJ aceitou a denúncia e decretou a prisão preventiva dos envolvidos no esquema. Suel e Manguaça, um dos acusados, foram presos recentemente, mas Maxwell Simões Correia Júnior e Sandro dos Santos estão foragidos. Ronnie Lessa já se encontrava detido.
A derrubada do sigilo da denúncia foi solicitada pelo próprio MPRJ após a operação realizada nesta sexta-feira, que incluiu a prisão de Manguaça e mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Suel. Um galpão no Bairro Lins de Vasconcelos, na zona norte da cidade, onde funcionavam atividades relacionadas ao serviço clandestino de “gatonet”, foi um dos alvos da operação.
As investigações envolvendo Suel também o relacionam ao assassinato de Marielle e Anderson. De acordo com a delação de Élcio Queiroz, Suel chegou a realizar campanas para conhecer a rotina da vereadora e teria participado de uma tentativa fracassada de consumar o crime.
Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, já presos em regime fechado, serão levados a júri popular. As informações prestadas pelo ex-policial militar em sua delação estão sendo utilizadas em novas investigações que visam revelar o mandante do assassinato de Marielle e Anderson.