Ícone do site Brasiltimes – Notícias

Setor Produtivo avalia corte na Taxa Selic como necessário, mas pede reduções maiores

 

O recente corte de 0,5 ponto percentual na Taxa Selic (juros básicos da economia) pelo Banco Central foi bem recebido pelo setor produtivo como um passo necessário para impulsionar a recuperação econômica do país. No entanto, entidades patronais e centrais sindicais pedem cortes mais significativos nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom).

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) emitiu nota considerando acertada a decisão do BC e elogiou a queda nos índices de inflação e a valorização do câmbio, fatores que possibilitaram o corte na taxa. No entanto, a entidade pede cortes mais expressivos nos juros nas próximas reuniões do Copom, pois ainda considera os juros em níveis contracionistas, o que pode desestimular a produção e o consumo.

O presidente da CNI, Robson Andrade, enfatiza que a continuidade do ciclo de redução da Selic depende de uma boa coordenação entre as políticas monetária e fiscal. Para isso, a CNI ressalta a importância da aprovação de um novo arcabouço fiscal, bem como reformas relevantes, como a tributária, para permitir que os juros caiam ainda mais no futuro.

A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) também apoiou a decisão do Copom de reduzir a Selic para 13,25% ao ano, afirmando que as incertezas estão diminuindo e que as justificativas para manter os juros em níveis elevados foram eliminadas. A Firjan defende que há espaço no cenário econômico para um ciclo de redução dos juros, considerando a desaceleração da inflação e do mercado de trabalho.

A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) comemorou a redução da Selic, destacando que ela está em linha com a queda da inflação e sinaliza melhoras na taxa de desemprego e na renda da população, o que pode impulsionar o consumo das famílias e favorecer o crescimento da economia.

Por outro lado, as centrais sindicais elogiaram o corte, mas consideraram a redução insuficiente. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical destacaram que vão continuar na luta pela redução dos juros e anunciaram protestos na porta do Banco Central para pedir cortes maiores nas próximas reuniões. A CUT calcula que a política de juros altos retirou R$ 700 bilhões da economia em um ano, e a Força Sindical ressalta que juros exorbitantes inibem o consumo, a produção e a geração de empregos.

Em suma, a decisão de reduzir a Taxa Selic foi bem vista pelo setor produtivo, mas a demanda por cortes maiores reflete o desejo de estímulo econômico mais robusto para acelerar a recuperação do país. O cenário econômico será fundamental para orientar futuras decisões do Copom, enquanto o país busca o equilíbrio entre o combate à inflação e o impulso ao crescimento econômico.

Sair da versão mobile