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Infecção pelo fungo Candida auris cresce e preocupa especialistas

divulgação: CNN Brasil

 

A cidade de Nova York tem enfrentado um aumento preocupante de casos de infecção pelo superfungo Candida auris desde 2016. Esse fungo é considerado raro e perigoso, tendo se tornado o epicentro da contaminação nos Estados Unidos até 2021, de acordo com dados do Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), órgão equivalente à Anvisa no Brasil.

Presente nos EUA desde 2013, o Candida auris vem se espalhando, representando uma séria ameaça à saúde pública, devido à sua capacidade de resistir aos principais medicamentos antifúngicos e apresentar altos índices de mortalidade.

Essa espécie de fungo foi relatada pela primeira vez em humanos no Japão, em 2009, em um caso de otomicose. Desde então, tem sido reportada em todos os continentes, exceto na Antártica.

No Brasil, o primeiro caso de C. auris foi identificado em novembro de 2020, em um paciente de 59 anos internado em uma unidade de terapia intensiva (UTI) em Salvador, na Bahia. O maior surto registrado no país ocorreu entre novembro de 2021 e fevereiro de 2022, com 48 casos confirmados em um hospital de Recife (PE).

Nos EUA, a análise da agência “Associated Press” revelou que a maioria dos casos em 2022 foi relatada em Nevada e na Califórnia, além de outros 27 estados.

Cientistas acreditam que as mudanças climáticas podem estar relacionadas ao aumento das infecções em humanos, pois a temperatura corporal humana e de outros mamíferos pode estar mais alta do que a maioria dos fungos pode suportar. Isso pode ter levado ao desenvolvimento de maior resistência nos fungos.

“Temos uma tremenda proteção contra fungos ambientais devido à nossa temperatura. No entanto, se o mundo está ficando mais quente e os fungos também começam a se adaptar a temperaturas mais altas, alguns vão atingir o que chamo de barreira de temperatura”, afirmou Arturo Casadevall, microbiologista, imunologista e professor da Universidade Johns Hopkins.

Meghan Marie Lyman, epidemiologista médica do CDC para doenças micóticas, ressaltou que o C. auris pode sempre ter estado presente entre os microrganismos que vivem no corpo humano, mas só foi investigado quando começou a causar problemas de saúde. Ela também apontou o aumento do contato humano com a natureza e as mudanças no meio ambiente como possíveis fatores para o surgimento do fungo em novos ambientes.

O Candida auris apresenta características que aumentam o risco de surtos hospitalares, já que pode sobreviver a temperaturas elevadas e se adaptar fora do hospedeiro humano. Pode causar infecção na corrente sanguínea e outras infecções invasivas, principalmente em pacientes imunocomprometidos ou com comorbidades. Pacientes podem permanecer colonizados por esse microrganismo por longos períodos, sem infecção, favorecendo a propagação para outras pessoas e a ocorrência de surtos em serviços de saúde. A luta contra esse fungo tem se tornado uma importante questão de saúde pública para os Estados Unidos e outros países afetados

 

 

Com informações da CNN

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