O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira (27) os primeiros resultados do Censo 2022, trazendo dados importantes sobre a população quilombola residente no Brasil. De acordo com a pesquisa, o país conta com 1.327.802 pessoas que se identificam como quilombolas, representando 0,65% da população total.
O Nordeste é a região que concentra a maior quantidade de quilombolas, com 905.415 pessoas, seguido pelo Sudeste com 182.305 pessoas e o Norte com 166.069 pessoas. As regiões Centro-Oeste e Sul têm 5,57% da população quilombola, com 44.957 e 29.056 pessoas, respectivamente.
O estado da Bahia se destaca com o maior quantitativo de população quilombola, totalizando 397.059 pessoas, seguido pelo Maranhão com 269.074 pessoas. Juntos, esses dois estados representam 50,17% da população quilombola do país.
O Censo também revelou que dos 5.568 municípios brasileiros, 1.696 têm moradores quilombolas. Senhor do Bonfim (BA) é o município com a maior quantidade absoluta de pessoas quilombolas, com 15.999, seguido por Salvador com 15.897, Alcântara (MA) com 15.616 e Januária (MG) com 15 mil pessoas.
A distribuição geográfica dos quilombos está diretamente relacionada ao processo histórico de colonização e escravização, com várias ocupações territoriais concentradas perto e ao longo dos rios.
A pesquisa também revelou que, dos 72,4 milhões de domicílios particulares permanentes ocupados no Brasil, 473.970 têm pelo menos um morador quilombola, representando 0,65% do total de domicílios do país. Nas residências onde há pelo menos uma pessoa quilombola, a média de moradores é mais alta (3,17) do que no total de domicílios do país (2,79).
O Censo identificou ainda que das pessoas quilombolas residentes no país, 167.202 pessoas (12,59% do total) estão localizadas em 494 territórios quilombolas oficialmente delimitados. Enquanto isso, 1.160.600 (87,41%) pessoas quilombolas encontram-se fora de áreas formalmente delimitadas e reconhecidas.
Na Amazônia Legal, região que abrange diversos estados da Amazônia, foram contabilizadas 426.449 pessoas quilombolas, representando 1,60% da população total residente. Dessas, 80.899 residem em territórios oficialmente delimitados, o que representa 48,38% da população quilombola nacional que vive em áreas oficialmente reconhecidas.
Pela primeira vez em um levantamento censitário brasileiro, a população quilombola foi identificada como grupo étnico, o que representa um importante avanço para retratar a diversidade demográfica e socioeconômica do país. A coleta de informações contou com o apoio das lideranças comunitárias quilombolas, que atuaram no mapeamento das comunidades e como guias para os recenseadores, garantindo que todos os territórios fossem visitados. A inclusão dessa importante parcela da população no Censo 2022 contribui para um maior entendimento e visibilidade das comunidades quilombolas no Brasil.
