Escavações arqueológicas no antigo DOI-Codi ocorrerão em agosto

© Rovena Rosa/Agência Brasil

 

Pesquisadores buscam compreender vestígios e memória do período da ditadura militar

 

 

As escavações arqueológicas no antigo Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) já têm data marcada: de 2 a 14 de agosto deste ano. O DOI-Codi, órgão subordinado ao Exército brasileiro durante a ditadura militar, foi palco de tortura e assassinatos de opositores do regime.

Os trabalhos serão conduzidos por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Eles consideram os prédios do antigo DOI-Codi/SP como um marco físico que documenta um período brutal da história brasileira, ainda em disputa.

Durante as escavações, os pesquisadores pretendem explorar os vestígios encontrados no local, incluindo objetos, estruturas arquitetônicas e registros documentais, buscando obter esclarecimentos sobre o passado e contribuir para a compreensão dos eventos ocorridos durante aquele período sombrio.

“Resultado de um trabalho coletivo desenvolvido no âmbito do Grupo de Trabalho Memorial DOI-Codi em 2018, o objetivo dessas escavações é utilizar as pesquisas arqueológicas e históricas para compreender os vestígios materiais e a memória associada a esse importante local de violações de direitos”, afirmou o grupo responsável pelo trabalho em comunicado.

Além disso, o grupo busca estabelecer uma base sólida para a criação de um espaço de memória em São Paulo, permitindo que diversos grupos da sociedade tenham acesso a informações e interpretações sobre o passado. A investigação rigorosa, o diálogo contínuo com a sociedade e a aliança entre ciência e direitos humanos são considerados caminhos essenciais para o conhecimento do passado, visando o fortalecimento da democracia e a construção de políticas públicas efetivas para a consolidação da cidadania.

Além das escavações, estão previstas visitas guiadas, oficinas com estudantes e professores, bem como mesas e debates com ex-presos, pesquisadores e defensores dos direitos humanos. Essas atividades visam promover a reflexão e o diálogo sobre o período da ditadura militar, contribuindo para uma sociedade mais informada e engajada na defesa dos direitos humanos.