Vendas do comércio varejista apresentam queda em maio, segundo IBGE

São Paulo - Lojas reabertas no Shopping Light após início da fase de transição do Plano São Paulo para combate à covid-19, que permite o funcionamento das lojas de shopping centers das 11h às 19h.
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Queda no volume de vendas é impulsionada pela redução do crédito e fechamento de lojas físicas

 

 

O comércio varejista registrou uma queda de 1% no volume de vendas em maio deste ano, em comparação com o mês anterior, de acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) divulgada nesta sexta-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa é a segunda queda consecutiva do indicador, que já havia recuado 0,1% em abril.

Em relação a maio do ano passado, também foi observada uma retração de 1% no volume de vendas. No entanto, o setor acumula altas de 1,3% no ano e de 0,8% nos últimos 12 meses.

A queda registrada em abril para maio foi impulsionada por quatro das oito atividades pesquisadas. Os segmentos de tecidos, vestuário e calçados (-3,3%), hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-3,2%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,3%) e móveis e eletrodomésticos (-0,7%) foram os principais responsáveis pelo recuo. Por outro lado, quatro atividades apresentaram crescimento: artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (2,3%), livros, jornais, revistas e papelaria (1,7%), combustíveis e lubrificantes (1,4%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (1,1%).

Em relação à receita nominal, houve uma queda de 2,1% de abril para maio. No entanto, foram observadas altas de 0,3% na comparação com maio de 2022, 5,5% no acumulado do ano e 9,6% no acumulado de 12 meses.

Considerando o varejo ampliado, que inclui os setores de materiais de construção e venda de veículos e peças, foi registrado um recuo de 1,1% no volume de vendas de abril para maio. O segmento de veículos, motos, partes e peças apresentou crescimento de 2,1%, enquanto os materiais de construção recuaram 0,9%. Em relação aos últimos meses, o varejo ampliado teve altas de 3% em comparação com maio, de 3,1% no acumulado do ano e de 0,2% no acumulado de 12 meses. A receita nominal do setor caiu 0,6% em relação a abril, mas registrou crescimento de 5,7% na comparação com maio de 2022, 8,3% no acumulado do ano e 9,4% no acumulado de 12 meses.

Segundo Cristiano Santos, gerente da pesquisa, uma das explicações para a queda do volume de vendas é a redução do crédito para as famílias, o que tem inibido o consumo. Santos destaca que a disponibilidade de renda para a compra de itens como alimentos e bebidas também influencia as vendas. Além disso, o fechamento de lojas físicas nos setores de vestuário e outros artigos de uso pessoal pode ter impactado o comércio, já que muitos consumidores preferem experimentar o produto antes da compra.

É importante ressaltar que a queda observada em maio ocorre após um mês de alta expressiva em abril, o que aumenta a base de comparação para as vendas do período seguinte. O cenário econômico e as condições de mercado continuam sendo acompanhados de perto pelos analistas para avaliar o desempenho do comércio varejista nos próximos meses.