Governo peruano destina recursos para combater a doença autoimune e investiga possível ligação com o vírus Zika
O governo do Peru anunciou no sábado (8) a declaração de emergência sanitária em todo o país devido ao aumento inusitado de casos da síndrome de Guillain-Barré. Essa doença autoimune causa fraqueza ou paralisia muscular e requer atenção imediata das autoridades de saúde.
A medida terá validade por 90 dias e vem acompanhada da destinação de 12 milhões de soles, aproximadamente R$ 16 milhões, para a compra de insumos necessários ao combate da síndrome. O objetivo é garantir recursos adequados para o tratamento e a prevenção da doença.
A síndrome de Guillain-Barré é considerada rara e incomum, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. Embora sua ocorrência seja rara, alguns casos foram relatados em pessoas que receberam a vacina contra a gripe.
Recentemente, o Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos atualizou o rótulo da vacina contra o coronavírus da Janssen, destacando um possível risco aumentado da síndrome entre aqueles que foram recentemente vacinados. Essa informação ressalta a importância da investigação de possíveis fatores desencadeantes da síndrome.
O tratamento da síndrome de Guillain-Barré visa aliviar os sintomas e pode durar algumas semanas. Embora a maioria das pessoas se recupere completamente, alguns podem enfrentar danos neurológicos de longo prazo, e em casos raros, a doença pode levar à morte.
Embora seja mais comum em adultos mais velhos, a síndrome de Guillain-Barré pode afetar qualquer pessoa, independentemente da idade. O CDC destaca que a incidência da doença aumenta com a idade, e pessoas acima de 50 anos correm maior risco de desenvolvê-la.
As causas da síndrome são diversas, e a infecção pela bactéria Campylobacter jejuni, geralmente associada a diarreia ou doença respiratória, é um fator importante. Além disso, infecções virais, como a gripe, o citomegalovírus, o vírus Epstein Barr e o vírus Zika, confirmado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), também podem desencadear a doença.
O vírus Zika, que se espalhou rapidamente nas Américas em 2016, causando preocupação global, pode estar relacionado ao desenvolvimento da síndrome de Guillain-Barré. A OMS declarou emergência de saúde pública na época, devido à situação provocada pelo vírus, confirmando sua associação com casos de microcefalia em recém-nascidos e a síndrome de Guillain-Barré em outros pacientes.
As autoridades de saúde do Peru estão investigando a possível ligação entre o aumento de casos da síndrome e o vírus Zika, a fim de adotar medidas adequadas para controlar a disseminação da doença e proteger a população. A declaração de emergência sanitária é uma resposta direta para enfrentar essa situação e garantir a assistência necessária aos afetados pela síndrome de Guillain-Barré.