Gigante da tecnologia é acusada de violar direitos autorais e coletar dados sem consentimento dos usuários
Nesta terça-feira (11), o Google foi alvo de um amplo processo alegando que a empresa extraiu dados de milhões de usuários sem o consentimento deles e violou leis de direitos autorais ao treinar seus produtos de inteligência artificial (IA). A ação coletiva foi proposta pela Clarkson Law Firm em um tribunal federal na Califórnia.
O processo inclui o Google, sua controladora Alphabet e a subsidiária de inteligência artificial da empresa, DeepMind. A denúncia acusa o Google de roubar secretamente conteúdo criado e compartilhado por centenas de milhões de usuários na internet e utilizar esses dados para treinar seus produtos de IA, como o chatbot Bard.
De acordo com a ação, o Google teria adquirido praticamente toda a pegada digital dos usuários, incluindo trabalhos criativos e escritos, para construir seus produtos de IA. A empresa ainda não se pronunciou sobre o processo.
A reclamação destaca uma recente atualização na política de privacidade do Google, que explicita que a empresa pode utilizar informações disponíveis publicamente para treinar seus modelos e ferramentas de IA, como o Bard.
Essa ação legal surge em meio à crescente atenção dada às ferramentas de IA, que são capazes de gerar conteúdo escrito e imagens em resposta às solicitações dos usuários. No entanto, essas empresas também estão enfrentando um aumento no escrutínio legal em relação aos direitos autorais das obras presentes nos conjuntos de dados utilizados, bem como o uso de dados pessoais, possivelmente confidenciais, dos usuários comuns.
A ação busca uma medida cautelar para congelar temporariamente o acesso comercial e o desenvolvimento das ferramentas de IA generativas do Google, como o Bard. Além disso, busca indenizações e compensações financeiras não especificadas para as pessoas cujos dados teriam sido utilizados pelo Google.
Tim Giordano, advogado da Clarkson Law Firm, afirma que as informações pessoais e os dados são propriedade dos indivíduos e não podem ser simplesmente coletados e utilizados para qualquer finalidade. O processo também destaca a necessidade de o Google fornecer uma opção para que as pessoas optem por não ter seus dados utilizados no treinamento de IA, enquanto ainda mantêm a capacidade de utilizar a internet para suas necessidades diárias.
A ação coletiva contra o Google levanta questões importantes sobre a coleta de dados e o treinamento de IA, questionando se os usuários estavam cientes de que suas informações seriam utilizadas dessa forma. O desdobramento desse processo pode ter implicações significativas no uso e na proteção dos dados pessoais no contexto da inteligência artificial.