Incêndio em Lixão de Teresópolis expõe ameaças e desafios da destinação adequada de resíduos

© Ascom/CBMERJ

 

Teresópolis, uma cidade turística localizada na região serrana do Rio de Janeiro, foi cenário de um incêndio de grandes proporções em seu lixão. O fogo, que começou em 26 de junho e se estendeu por dias, evidencia as ameaças enfrentadas pelas comunidades próximas a depósitos de lixo inadequados. O incidente destaca a urgência de cumprir as determinações da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que estabelece o fim dos lixões até agosto de 2024.

Com uma população de 165 mil habitantes, Teresópolis é conhecida por seu apelo turístico, especialmente durante o inverno, devido ao clima acolhedor. No entanto, o incêndio no lixão, localizado às margens da BR-116, gerou uma densa nuvem de fumaça que cobriu grande parte da cidade. A falta de visibilidade levou ao fechamento da rodovia, suspensão das aulas em escolas municipais e o fechamento temporário de creches. Felizmente, nenhum ferimento grave foi registrado, com apenas casos leves e sem necessidade de internação.

Apesar de mais de uma semana ter se passado desde o incêndio, os trabalhos de rescaldo ainda continuam. As autoridades avaliam o terreno diariamente para resfriar a área e evitar novos focos de incêndio. A causa do incêndio está sendo investigada pela 110ª Delegacia de Polícia de Teresópolis.

O lixão em questão, conhecido como Lixão do Fischer, já havia sido interditado pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) devido às condições operacionais desfavoráveis. No entanto, em 2018, uma liminar do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) permitiu que o lixão continuasse operando. Em 27 de junho deste ano, a liminar foi suspensa, mas a prefeitura de Teresópolis possui um acordo com o Inea que permite o descarte de resíduos no aterro.

O panorama dos resíduos sólidos no Brasil revela que quase 39% dos resíduos coletados no país, cerca de 29,7 milhões de toneladas, têm destinação inadequada, sendo depositados em lixões ou aterros controlados. Isso afeta a saúde de aproximadamente 78 milhões de pessoas. A destinação inadequada de resíduos contamina o solo, as águas e polui o ar, impactando não apenas as áreas próximas aos depósitos, mas também em um raio de até 60 quilômetros.

A destinação correta dos resíduos sólidos é fundamental para proteger o meio ambiente e a saúde das comunidades. Além da criação de mais aterros sanitários, é necessário investir em coleta seletiva, reutilização de materiais e reciclagem