Censo 2022: Resultados históricos são entregues pelo IBGE após atrasos e desafios

© Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

 

 

O presidente interino do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Cimar Azeredo, descreveu a entrega dos primeiros resultados do Censo 2022 como um momento histórico e fundamental para o país. Embora tenha levado dez meses de coleta em campo, o IBGE conseguiu imprimir velocidade na entrega dos dados, alcançando um resultado definitivo mais rápido do que nunca.

Conforme determinado por lei, os censos devem ser realizados a cada dez anos. No entanto, após o censo de 2010, o IBGE enfrentou desafios para realizar a pesquisa em 2020 devido à pandemia de COVID-19. As restrições impostas pela saúde pública impossibilitaram a coleta de dados em campo naquele ano, e o trabalho precisou ser adiado. O instituto explicou que pandemias são consideradas situações de caso fortuito ou força maior, reconhecidas nos planos jurídicos doméstico e internacional.

No ano seguinte, um corte profundo no orçamento adiou novamente a coleta de dados, transferindo-a para 2022. Além disso, o censo deste ano incluiu uma pesquisa de pós-enumeração, que será divulgada pela primeira vez. Essa pesquisa avalia o próprio censo, fornecendo uma auditoria essencial. O IBGE enfatizou a transparência ao divulgar mensalmente o andamento das atividades para a imprensa.

O gerente técnico do Censo 2022, Luciano Tavares Duarte, ressaltou que o resultado trará informações inéditas sobre as coordenadas geográficas dos endereços visitados pelos recenseadores ao longo dos dez meses de operação. Essa visão abrangente da ocupação humana em todo o território nacional, desde as maiores concentrações nas regiões Sul e Sudeste até as populações ribeirinhas da Amazônia, é um retrato valioso proporcionado pelo censo.

Azeredo reconheceu o apoio fundamental do Ministério do Planejamento nos últimos cinco meses. Além da liberação adicional de R$ 350 milhões, que não estavam previstos no orçamento original, o ministério também participou de campanhas para incentivar a população a responder ao censo. Esses recursos adicionais permitiram que o IBGE realizasse o trabalho nas terras yanomami, em parceria com os ministérios do Planejamento, Povos Indígenas, Justiça e Defesa, e também levasse o censo a mais 2 milhões de pessoas moradoras de favelas. Apenas uma favela ainda não foi visitada pelos recenseadores, mas uma estratégia está sendo desenvolvida para que isso ocorra em breve, garantindo a segurança dos envolvidos.

O presidente do IBGE destacou o impacto transformador do Censo 2022, afirmando que há um antes e um depois dessa pesquisa. Apesar de todos os desafios enfrentados, o orgulho de entregar um produto incrível à sociedade é evidente.

 

Com informações da Agência Brasil