Descobertas cruciais sobre a origem e os mecanismos do vento solar trazem avanços na compreensão do clima espacial
A sonda solar Parker, em sua missão de explorar o Sol, chegou mais perto da estrela do que qualquer outra missão anterior, revelando segredos importantes sobre o vento solar. Os dados coletados pela sonda revelaram a fonte do vento solar, um fluxo de partículas energizadas que se origina na coroa solar e se dirige à Terra. Essa descoberta tem implicações significativas para a compreensão do clima espacial e das tempestades solares, que podem afetar os satélites e as redes elétricas da Terra.
A sonda Parker, nomeada em homenagem ao astrofísico Eugene Parker, detectou estruturas finas do vento solar próximas à superfície do Sol, capturando detalhes efêmeros que desaparecem quando o vento se afasta da coroa. A missão da sonda é voar a menos de 6,4 milhões de quilômetros acima da superfície solar, tornando-se a primeira missão a “tocar” o Sol. Os resultados dessa missão foram detalhados em um estudo publicado na revista Nature.
O vento solar é um fluxo contínuo de plasma composto por partículas carregadas que incluem prótons e elétrons. Existem dois tipos de vento solar: o mais rápido flui a partir de buracos na coroa nos polos do Sol, enquanto o mais lento flui no mesmo plano do sistema solar que a Terra. Compreender a fonte e os mecanismos do vento solar é fundamental para a previsão do clima espacial e o entendimento de como as tempestades solares afetam nosso planeta.
A análise dos dados da sonda Parker revelou que os buracos coronais funcionam como chuveiros, gerando jatos de vento solar na superfície solar. Conforme os campos magnéticos interagem e se movem dentro desses funis na superfície, eles se quebram e se reconectam, impulsionando as partículas carregadas para fora do Sol. Essa reconexão magnética é a principal fonte de energia para o vento solar rápido.
Os pesquisadores acreditam que essa descoberta é uma evidência forte de que a reconexão magnética desempenha um papel fundamental na criação do vento solar rápido. Compreender esse processo é essencial para entender como o Sol libera energia e impulsiona as tempestades geomagnéticas que representam uma ameaça para nossas redes de comunicação e sistemas elétricos.
A sonda Parker e a missão Solar Orbiter estão preparadas para observar e estudar o Sol durante o máximo solar, previsto para julho de 2025. Essas missões são cruciais para fornecer informações valiosas sobre as forças dinâmicas do Sol e aumentar nossa compreensão do nosso astro-rei.
Os cientistas destacam a sorte de terem lançado a sonda Parker durante o mínimo solar, quando a atividade do Sol estava mais calma. Isso permitiu que a missão coletasse dados mais precisos para coletar pontos da pesquisa.
Com informações da CNN
