Ícone do site Brasiltimes – Notícias

Pediatras destacam a importância da imunização em meio a desafios

Fiocruz promove hoje (08), campanha de vacinação contra sarampo e paralisia infantil. Além da vacinação há diversas atividades educativas promovidas pela instituição (Tomaz Silva/Agência Brasil)

 

Ao longo das últimas décadas, o atendimento pediátrico no Brasil passou por mudanças significativas, segundo a pediatra Natália Bastos. Ela ressalta que o cenário das emergências pediátricas também se transformou, citando como exemplo a triagem de crianças com suspeita de meningite. Antes, havia muitas crianças aguardando para realizar uma punção lombar e falta de vagas no isolamento. Atualmente, graças à vacinação, a incidência de casos de meningite diminuiu consideravelmente.

Natália destaca que lidar com os pais é um desafio, principalmente quando se trata da imunização das crianças. Ela menciona o caso da vacina contra a gripe, na qual circulam informações falsas sobre a segurança e eficácia da vacina. Seu papel é desmistificar essas informações e garantir aos pais que as vacinas são seguras e protegem seus filhos.

A médica também menciona a vacina contra a COVID-19 e como ela mudou o curso da pandemia, permitindo que as pessoas possam sair sem máscaras nas ruas devido à ampla vacinação.

Outra vacina comumente questionada pelos pais é a do HPV, recomendada a partir dos 9 anos de idade. Natália destaca a importância de explicar que essa vacina é segura e pode prevenir o câncer de colo de útero no futuro.

Renato Kfouri, pediatra e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), destaca que o Dia Nacional da Imunização é uma oportunidade para reforçar a necessidade de altas coberturas vacinais em todo o país. Ele lembra que o Brasil foi pioneiro na eliminação de doenças e controle de epidemias por meio do Programa Nacional de Imunizações, que completa 50 anos este ano.

Kfouri ressalta que o país enfrenta desafios atualmente, incluindo a falta de investimento no programa de vacinação, desconfiança da população em relação às vacinas e a presença de grupos antivacina, que colocam em risco as conquistas alcançadas.

Ele alerta que o Brasil corre o risco de enfrentar o retorno de doenças já erradicadas, como a poliomielite, o sarampo, a rubéola e o tétano. Kfouri destaca que é necessário enfrentar as diferentes realidades do país, investir em comunicação, acesso, treinamento e capacitação dos profissionais de saúde, além de garantir a produção adequada de vacinas e um sistema eficiente de notificação e registro de doses aplicadas.

Ele recomenda um grande pacto entre a sociedade civil, o Ministério da Saúde, os estados e os municípios para recuperar as coberturas vacinais e manter a proteção contra doenças infecciosas.

Sair da versão mobile