Cientistas buscam soluções para os efeitos do HIV no envelhecimento ósseo e muscular

Medicamentos antivirais reduzem as chances de hospitalização e de mortes em estudos Christina Victoria Craft/Unsplash

 

 

Pesquisadores da Universidade de Augusta, nos Estados Unidos, estão investigando possíveis soluções para o envelhecimento acelerado dos ossos e músculos em pessoas infectadas pelo HIV. Embora os medicamentos antirretrovirais sejam eficazes no controle do vírus, eles podem causar efeitos colaterais que aceleram o processo de envelhecimento.

Os cientistas estão analisando drogas estudadas em ensaios clínicos para o câncer, com o objetivo de frear o envelhecimento precoce causado pela infecção pelo HIV. Essas drogas estão sendo estudadas por sua capacidade de combater os efeitos colaterais e prolongar a saúde e a qualidade de vida dos pacientes.

A pesquisa se concentra no aminoácido triptofano, que desempenha um papel importante no metabolismo e tende a diminuir com o envelhecimento. À medida que envelhecemos, os níveis de triptofano diminuem e uma enzima chamada indoleamina aumenta, convertendo o triptofano em produtos que podem contribuir para danos celulares.

Esse processo resulta em níveis mais altos de estresse oxidativo e inflamação, levando ao envelhecimento acelerado dos ossos e músculos. Os pesquisadores descobriram que as células-tronco da medula óssea, responsáveis pela produção de células ósseas e musculares, são afetadas por essas dinâmicas relacionadas ao envelhecimento.

Os medicamentos antirretrovirais afetam as mitocôndrias, que são as “usinas celulares” responsáveis pela produção de energia, resultando em estresse oxidativo e aceleração do envelhecimento. Além disso, os pacientes infectados pelo HIV apresentam níveis aumentados de quinurenina, o que contribui para a inflamação.

Os cientistas estão explorando maneiras de intervir nesse processo e evitar o enfraquecimento precoce do organismo. Eles estão investigando inibidores da indoleamina e drogas que podem bloquear o receptor de hidrocarboneto aril (AhR), associado aos danos ósseos e musculares.

Os estudos estão em andamento para identificar novos alvos terapêuticos que possam prevenir a perda muscular e óssea e melhorar a saúde dos pacientes com HIV. A pesquisa busca melhorar a qualidade de vida e reduzir os efeitos adversos do tratamento, garantindo um envelhecimento mais saudável para os indivíduos infectados pelo HIV.