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Áreas verdes estão associadas a menos internações hospitalares por doenças respiratórias, revela estudo

Foto de Tom Podmore na Unsplash

 

 

Pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) conduziram um estudo que aponta uma relação entre a presença de áreas verdes e a redução de internações hospitalares por doenças respiratórias. A pesquisa, que utilizou ciência de dados e bases de informações públicas, como o Datasus, IBGE, Secretaria Nacional de Trânsito e o Instituto Água e Terra do Paraná, tinha como objetivo avaliar como a infraestrutura verde urbana (IVU), como parques, praças, jardins e áreas arborizadas, afeta a saúde da população.

O estudo analisou também indicadores de pobreza, além das internações por doenças respiratórias, e constatou que municípios com altos índices de pobreza apresentaram maior número de internações em comparação com aqueles com índices mais baixos.

Foram estudados 397 dos 399 municípios paranaenses, e os resultados, coletados em 2021 e 2022, foram divulgados recentemente. O artigo científico referente ao estudo, intitulado “Ecosystems services and green infrastructure for respiratory health protection: A data science approach for Paraná, Brazil” (Serviços ecossistêmicos e infraestrutura verde para a proteção da saúde respiratória: Uma abordagem de ciência de dados para o Paraná, Brasil), foi publicado na MDPI, uma liga internacional de revistas científicas.

A pesquisa, assinada pelos professores Luciene Pimentel, Edilberto Nunes de Moura, Fábio Teodoro de Souza e pelo doutorando Murilo Noli da Fonseca, destaca a importância dos resultados, uma vez que a Organização Mundial da Saúde (OMS) relata um alto número de mortes anuais devido a doenças respiratórias, com destaque para as doenças pulmonares obstrutivas crônicas.

A qualidade do ar também é uma preocupação global, pois a poluição atmosférica causa milhões de mortes anualmente. A existência de vegetação urbana tem sido debatida em relação à sua contribuição na redução da poluição do ar, já que as doenças respiratórias estão intimamente ligadas a esse problema nas áreas urbanas.

A pesquisa da PUCPR pode subsidiar políticas públicas relacionadas à sustentabilidade ambiental e à gestão da saúde urbana. A redução das internações por doenças respiratórias não apenas diminui os custos com hospitalizações, mas também pode levar à redução de faltas ao trabalho e à escola.

Os pesquisadores pretendem dar continuidade ao estudo, focando agora na cidade de Curitiba em uma escala intraurbana. Eles medirão, por exemplo, a distribuição de pólen na cidade para analisar os dados de maneira mais detalhada. O objetivo é investigar doenças respiratórias específicas, como a asma, e posteriormente expandir a pesquisa para outros estados brasileiros, buscando uma abordagem nacional.

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