A repercussão dos ataques racistas direcionados ao atacante Vinicius Júnior, do Real Madrid, no duelo com o Valência pelo Campeonato Espanhol no último domingo (21), mostra que este não é um fato isolado. Nos últimos anos, foram vários os casos de racismo contra atletas brasileiros no futebol europeu, dentro e fora de campo, mas que não se limitam ao Velho Continente. Eles também avançaram no Brasil.
Confira a linha do tempo:
O racismo no futebol é um problema global, e a recente repetição de ataques racistas ao jogador Vinicius Júnior reflete a leniência das autoridades espanholas com esse tipo de comportamento. Vinicius não é o único jogador a enfrentar o racismo na Europa, pois outros jogadores, como Romelu Lukaku, também foram vítimas de ofensas raciais. Esse histórico de racismo perdura há mais de 20 anos e afeta não apenas jogadores brasileiros, mas também jogadores de outros países.
No Brasil, a situação também é preocupante. O Observatório da Discriminação Racial do Futebol registrou um aumento de 40% nos casos de ofensas raciais em 2022, em comparação com o ano anterior. Para combater esse problema, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou uma lei que tipifica a injúria racial como crime de racismo, reforçando a legislação existente desde 1989.
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) também adotou medidas para combater a discriminação no esporte, estabelecendo punições que variam desde advertências até a perda de pontos nos campeonatos. No entanto, apesar de alguns casos emblemáticos, como o incidente envolvendo o goleiro Aranha em 2014, a punição nem sempre é aplicada de forma consistente.
Para lidar com essa questão, alguns especialistas sugerem que os regulamentos dos campeonatos estabeleçam a perda imediata de pontos em casos de manifestações preconceituosas, com a possibilidade de rebaixamento em caso de reincidência. Além disso, é importante que entidades como a FIFA e a Conmebol também adotem medidas mais sérias e efetivas contra o racismo no futebol.
No âmbito dos patrocínios, há uma pressão para que as marcas que associam seus nomes aos clubes e eventos esportivos também se manifestem e pressionem por ações contra o preconceito. A organização Sleeping Giants Brasil acionou os patrocinadores da liga espanhola nas redes sociais após o caso envolvendo Vinicius Júnior, buscando o engajamento dessas empresas na luta contra o racismo.
Essa pressão das marcas é considerada relevante, uma vez que elas estão associadas aos eventos esportivos e podem influenciar as decisões das instituições desportivas. Assim como ocorre com as plataformas de redes sociais, em que a pressão dos anunciantes tem um impacto significativo nas políticas adotadas, espera-se que os patrocinadores no futebol exerçam sua influência para combater o discurso racista e pressionem as ligas e os clubes a tomarem medidas efetivas contra o racismo.
Com informações da Agência Brasil