“Racismo no Futebol: A Necessidade de Ações Enérgicas e o Papel dos Patrocinadores”

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A repercussão dos ataques racistas direcionados ao atacante Vinicius Júnior, do Real Madrid, no duelo com o Valência pelo Campeonato Espanhol no último domingo (21), mostra que este não é um fato isolado. Nos últimos anos, foram vários os casos de racismo contra atletas brasileiros no futebol europeu, dentro e fora de campo, mas que não se limitam ao Velho Continente. Eles também avançaram no Brasil.Daniel Alves, Taison, Dentinho, Neymar, Roberto Carlos, Malcom, Richarlison, Hulk. Todos eles já foram vítimas de racismo na Europa, de bananas atiradas no gramado a sons que imitam os de um macaco nas arquibancadas. A mesma Espanha na qual Vinicius Júnior tem sofrido com manifestações racistas e de ódio foi palco de boa parte destes ataques.

Confira a linha do tempo:

racismo no futebol
Arte: Agência Brasil

O racismo no futebol é um problema global, e a recente repetição de ataques racistas ao jogador Vinicius Júnior reflete a leniência das autoridades espanholas com esse tipo de comportamento. Vinicius não é o único jogador a enfrentar o racismo na Europa, pois outros jogadores, como Romelu Lukaku, também foram vítimas de ofensas raciais. Esse histórico de racismo perdura há mais de 20 anos e afeta não apenas jogadores brasileiros, mas também jogadores de outros países.

No Brasil, a situação também é preocupante. O Observatório da Discriminação Racial do Futebol registrou um aumento de 40% nos casos de ofensas raciais em 2022, em comparação com o ano anterior. Para combater esse problema, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou uma lei que tipifica a injúria racial como crime de racismo, reforçando a legislação existente desde 1989.

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) também adotou medidas para combater a discriminação no esporte, estabelecendo punições que variam desde advertências até a perda de pontos nos campeonatos. No entanto, apesar de alguns casos emblemáticos, como o incidente envolvendo o goleiro Aranha em 2014, a punição nem sempre é aplicada de forma consistente.

Para lidar com essa questão, alguns especialistas sugerem que os regulamentos dos campeonatos estabeleçam a perda imediata de pontos em casos de manifestações preconceituosas, com a possibilidade de rebaixamento em caso de reincidência. Além disso, é importante que entidades como a FIFA e a Conmebol também adotem medidas mais sérias e efetivas contra o racismo no futebol.

No âmbito dos patrocínios, há uma pressão para que as marcas que associam seus nomes aos clubes e eventos esportivos também se manifestem e pressionem por ações contra o preconceito. A organização Sleeping Giants Brasil acionou os patrocinadores da liga espanhola nas redes sociais após o caso envolvendo Vinicius Júnior, buscando o engajamento dessas empresas na luta contra o racismo.

Essa pressão das marcas é considerada relevante, uma vez que elas estão associadas aos eventos esportivos e podem influenciar as decisões das instituições desportivas. Assim como ocorre com as plataformas de redes sociais, em que a pressão dos anunciantes tem um impacto significativo nas políticas adotadas, espera-se que os patrocinadores no futebol exerçam sua influência para combater o discurso racista e pressionem as ligas e os clubes a tomarem medidas efetivas contra o racismo.

 

 

Com informações da Agência Brasil