
Um novo estudo apresentado no congresso científico da Sociedade Europeia de Cardiologia revelou que as mulheres têm duas vezes mais chances de morrer após um ataque cardíaco em comparação com os homens.
Segundo a autora do estudo, Mariana Martinho, do Hospital Garcia de Orta, em Almada, Portugal, as mulheres de todas as idades que sofrem um infarto do miocárdio correm um risco particularmente elevado de um mau prognóstico. Ela ressaltou a importância do acompanhamento regular após o evento cardíaco, com controle rigoroso da pressão arterial, níveis de colesterol e diabetes, além da participação em programas de reabilitação cardíaca.
A pesquisa também apontou que o tabagismo está aumentando entre as mulheres jovens, o que deve ser combatido juntamente com a promoção da atividade física e uma vida saudável. As substâncias presentes no cigarro podem causar dependência e provocar o estreitamento das artérias, inflamação e formação de placas de gordura nas artérias, além de prejudicar a pressão arterial e os vasos sanguíneos.
Estudos anteriores já haviam mostrado que as mulheres que sofrem um infarto do miocárdio têm um prognóstico pior durante a internação em comparação aos homens, devido a fatores como idade avançada, outras condições de saúde e menor uso de stents para desobstruir as artérias.
O estudo atual comparou os resultados de curto e longo prazo após o infarto em mulheres e homens, tanto na pré-menopausa (55 anos ou menos) quanto na pós-menopausa (mais de 55 anos). Os resultados mostraram que as mulheres apresentaram maior risco de resultados adversos, como mortalidade e eventos cardiovasculares, mesmo após ajustar para outros fatores de risco.
Os pesquisadores ressaltaram a necessidade de maior conscientização sobre os riscos de doenças cardíacas em mulheres e destacaram a importância de futuras pesquisas para entender as razões por trás das diferenças de prognóstico entre os gêneros, a fim de melhorar os resultados e fechar essa lacuna.