Taxa de Mortalidade por Hipertensão Atinge Níveis Mais Altos em 10 Anos no Brasil

Foto de Mufid Majnun na Unsplash

 

A taxa de mortalidade por hipertensão arterial no Brasil atingiu o maior valor dos últimos dez anos, conforme dados do Ministério da Saúde. O Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) de 2021 registrou uma ocorrência de 18,7 óbitos por 100 mil habitantes no país.

Entre 2011 e 2018, a taxa se manteve abaixo de 13 óbitos por 100 mil habitantes, variando entre 11,4 e 12,4. No entanto, a partir de 2020, houve um aumento significativo, com índices passando de 12,6 óbitos por 100 mil habitantes no ano anterior para 17,8 durante o primeiro ano da pandemia de Covid-19.

A hipertensão arterial é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, a principal causa de morte nas Américas, de acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Além disso, a condição está associada a complicações renais e frequentemente relacionada a problemas crônicos e eventos graves, como morte súbita, acidente vascular cerebral, infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca e doença arterial periférica.

A Opas alerta que mais de um quarto das mulheres e quatro em cada dez homens nas Américas têm hipertensão, porém o diagnóstico, tratamento e controle têm sido ineficazes.

O Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil oferece medicamentos gratuitos nas Unidades Básicas de Saúde e por meio do programa Farmácia Popular. A prescrição pode ser emitida por profissionais do SUS ou por médicos que atendem em hospitais ou clínicas privadas.

Para evitar o desenvolvimento da doença e complicações relacionadas, o Ministério da Saúde destaca a importância de ações de prevenção e cuidado. Além dos fatores genéticos, o consumo excessivo de sal, alimentos ricos em sódio, tabagismo, consumo excessivo de álcool e falta de exercícios físicos são comportamentos que aumentam os riscos da hipertensão.

Maria del Carmen Molina, diretora do Departamento de Análise Epidemiológica e Vigilância de Doenças não Transmissíveis do Ministério da Saúde, ressalta que a hipertensão pode ser controlada com o tratamento adequado e destaca a importância do diagnóstico precoce e de adotar um estilo de vida saudável.

A taxa de mortalidade por hipertensão aumentou consideravelmente em pessoas com 60 anos ou mais. Em 2021, as faixas etárias de 60 a 69 anos, 70 a 79 anos e 80 anos ou mais apresentaram os maiores números dos últimos dez anos, com 41,4, 97 e 381,7 óbitos por 100 mil habitantes, respectivamente.