Pesquisa da USP revela barreiras de gênero em tratamento para alcoolismo

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Mulheres enfrentam dificuldades em compartilhar experiências em grupos mistos de Alcoólicos Anônimos e são vítimas de preconceito, discriminação e assédio sexual, aponta estudo da Universidade de São Paulo

 

 

 

Um tratamento para o alcoolismo é influenciado por questões sociais de gênero, de acordo com um novo estudo da Universidade de São Paulo (USP).

A pesquisa mostrou que as mulheres sentem-se desconfortáveis em falar sobre sua experiência com o consumo de álcool em grupos mistos de Alcoólicos Anônimos (AA). Esses ambientes são frequentados por homens, e as mulheres muitas vezes lutam para discutir questões íntimas.

O estudo também descobriu que muitas mulheres foram vítimas de assédio sexual, preconceito, discriminação e machismo. A pesquisa envolveu 30 mulheres com transtornos relacionados ao uso do álcool que buscaram apoio em um encontro de AA feminino em um grupo da Zona Norte de São Paulo. Apesar da existência de cerca de 120 grupos de AA em São Paulo, apenas seis deles são exclusivos para mulheres.

A comunidade AA é uma organização voluntária de pessoas que se reúnem periodicamente para tratar questões relacionadas ao álcool e fornecer apoio umas às outras, com o objetivo de ajudar os alcoólatras a alcançar a sobriedade.

A pesquisa foi liderada pelo professor da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP, Edemilson de Campos, antropólogo e coordenador da pesquisa.

 

 

(Com informações de Ivanir Ferreira, do Jornal da USP)