
A avaliação interna é que Lula já conseguiu certo apoio dentro do setor empresarial
A campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Planalto traça novas estratégias numa tentativa de aproximar o ex-presidente da República do agronegócio. Desde o início da corrida eleitoral, o setor tem sido uma espécie de entrave nas intenções de voto do petista. A avaliação interna é que Lula já conseguiu certo apoio dentro do setor empresarial, mas que o agro é ainda mais difícil de adentrar. A ordem agora é aumentar as conversas estaduais, apesar de o PT saber que há um teto até onde o candidato pode chegar.
De acordo com fontes ouvidas pela reportagem da CNN Brasil, o ex-ministro da Agricultura no governo Michel Temer e ex-governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, também deverá entrar com força na interlocução com o agronegócio. No primeiro turno, Maggi atuou para que o deputado Neri Geller (PP-MT) tivesse o apoio do PT na campanha ao Senado, agora, deve trabalhar durante todo o segundo turno ao lado dos petistas. Procurado, Maggi não se manifestou.
Outro nome que o PT também quer se aproximar é do ex-ministro da Agricultura no primeiro mandato de Lula, Roberto Rodrigues. Contatado pela reportagem, Rodrigues afirmou não ter tido nenhuma conversa com o ex-presidente Lula até o momento.
Desde o primeiro turno, o PT já conta com o apoio do senador Carlos Fávaro (PSD). Tem sido de responsabilidade do parlamentar do Mato Grosso a coordenação regional da campanha de Lula. Importante produtor rural, Fávaro agora terá ao seu lado as senadoras Kátia Abreu (PP-TO) e Simone Tebet (MDB-MS) que também se identificam com o agronegócio.
Tebet, terceira colocada na eleição presidencial, segundo interlocutores, terá a missão de conversar com o agronegócio menos radical, que costuma exportar para países que consideram o cuidado com o meio ambiente e o controle no uso de agrotóxicos importante. Internamente, há quem defenda também que a senadora seja apontada como possível ministra da Agricultura em um governo Lula, como resposta às críticas de que o petista iria dificultar o desenvolvimento do agro brasileiro. Um ministério a Tebet ainda não está acertado, no entanto, petistas veem uma vaga a ela na Esplanada como uma cobrança previsível por parte do MDB.
Já Kátia Abreu, que é do PP – partido do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira -, ainda não tem uma missão definida, mas teria sido aconselhada a se aproximar dos correligionários menos bolsonaristas. O PP é umas das legendas que dão sustentação ao governo do presidente Jair Bolsonaro, o que torna a participação da senadora importante, do ponto de vista da coordenação do PT.(CNN)