Sesc-DF leva oficina de confecção de absorventes para mulheres em situação de vulnerabilidade social

 

A pobreza menstrual é um tema que entrou para as rodas de debates recentemente, mas é um problema que sempre afetou brasileiras que vivem em situação de vulnerabilidade. Por isso, o Sesc-DF, por meio da área de assistência social, levou não só a discussão sobre o tema, mas medidas para que mulheres de comunidades locais tenham acesso a formas de reduzir esse problema e até gerar renda. O projeto Mulheres que Cuidam de Si começou a visitar, neste mês de abril, entidades beneficiadas pelo programa Mesa Brasil Sesc no Distrito Federal para promover rodas de conversa sobre pobreza menstrual e oficinas de confecção de absorventes e hidratante a base de óleo de coco que serve tanto para hidratar a pele quanto a parte intima da mulher.

Rafaela Macedo de Lima é moradora da cidade Estrutural e é vizinha da Organização Não Governamental Fênix do Brasil, que atende a mulheres vítimas de violência doméstica, adolescentes gestantes e pessoas em vulnerabilidade social. A ONG é a primeira instituição a receber o projeto. Ela conta que ficou fascinada com as informações que recebeu sobre o tema e pretende usar o que aprendeu para empreender. “Eu já tinha ouvido falar do absorvente ecológico, mas não tive a oportunidade de conhecer o material de perto. Aqui estou fabricando meu próprio absorvente e soube que a procura por esse tipo de produto é muito grande, então eu penso também em vender porque a margem de lucro é boa”, explica a dona de casa.

Pesquisa realizada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) no ano de 2021 revela que mais de 4 milhões de meninas no Brasil não têm acesso a itens mínimos de higiene e cuidados menstruais. A assistente social do Sesc-DF Tatiane Vieira do Nascimento explica que o Mulheres que Cuidam de Si vai além da fabricação de absorventes. É uma oportunidade de trazer luz sobre o tema e transformar realidades. “A pobreza menstrual vai além da falta de insumos. É um problema de privação de direitos básicos como saneamento básico e falta de informação sobre o funcionamento do seu próprio corpo. Poder desenvolver esse projeto junto às mulheres e meninas da periferia do Distrito federal me deixa muito feliz, pois além de fomentar a produção de seus próprios absorventes ainda podemos contribuir de forma positiva com os impactos que os absorventes comuns podem causar ao meio ambiente, sem contar que elas podem também produzir esses absorventes para vendas”, afirma.

A Luciele Alves dos Santos é presidente do Instituto Mulheres Fênix e afirma que as mulheres da comunidade precisavam da iniciativa. “Para nós da comunidade da Estrutural esse é um projeto muito importante porque sabemos como a pobreza menstrual interfere muito na vida de mulheres e adolescentes que não têm condições de adquirir seus absorventes e elas são obrigadas a se isolar da escola e trabalho por causa dessa falta”, conta.

O projeto segue nos próximos meses visitando outras instituições do Distrito Federal cadastradas no programa Mesa Brasil Sesc.