Veja o que disse o treinador brasileiro após a definição dos grupos do Mundial do Catar
Presente no sorteio dos grupos da Copa do Mundo, no Catar, o técnico Tite analisou a chave da seleção brasileira e previu dificuldades.
Cabeça de chave do Grupo G, o Brasil enfrenta a Sérvia, dia 24 de novembro, a Suíça, no dia 28, e Camarões, em 2 de dezembro. Os dois primeiros adversários também estiveram no grupo brasileiro na Copa da Rússia, em 2018.
Questionado se trata-se de um grupo traiçoeiro, Tite afirmou:
– Talvez a gente coloque, mas se pegar os resultados… Estávamos falando da eliminação da Itália e de Portugal, com Suíça e Sérvia, traz e também a equipe de Camarões que é muito forte na escola africana. Evolução e consolidação do trabalho para poder enfrentar bem.
– Assisti ao jogo da Suíça, foi um jogo logo depois de um jogo nosso nas Eliminatórias. Era o jogo contra a Itália, fez 1 a 0 no início, esteve perto de fazer 2 a 0, mas acabou levando o empate na sequência. Eu quero dizer o seguinte: jogo de nível altíssimo, Mundial, o nível elevado nosso também tem que ter – completou.
O treinador brasileiro também foi questionado se há uma chave mais difícil, que possa ser chamada de “grupo da morte”, e afirmou:
– Nem da morte e nem da vida, todos têm sempre um grau de dificuldade. Tem o de Portugal com Uruguai, Coreia do Sul, Gana…
Após a cerimônia da Fifa, Tite cruzou com Dragan Stojković, técnico da Sérvia, e brincou com ele sobre o reencontro entre as seleções na Copa.
– Tudo igual. Só faltou a Costa Rica – disse o técnico brasileiro.
O comandante brasileiro disse não ter ficado nervoso ou ansioso antes do sorteio, uma vez que não há nada que ele possa fazer.
Ele também falou da importância de crescer ao longo da competição:
– Consolidar e crescer dentro da competição é fundamental. Nós fizemos uma pressão muito grande porque empatamos na estreia (da Copa da Rússia). Depois da vitória contra o México, fomos fazer um jogo um pouco mais tranquilo. A equipe tem que iniciar bem, temos essa experiência de iniciar bem, ter um nível de desempenho para projetar e crescer ao longo da competição, até para enfrentar esses níveis que vão crescendo.
Outro tema abordado por Tite foi o equilíbrio entre seleções sul-americanas e europeias:
– O que posso te afirmar é que ter oito meses até a Copa é um tempo grande. Chegar num grande momento é fundamental. Dizer que sul-americanos estão fortes e que europeus podem não estar… Vão se surpreender com o Equador, hein? Escuta o que estou dizendo.
Presente na entrevista depois do sorteio, o auxiliar Cléber Xavier também analisou os rivais do Brasil, em especial a Sérvia:
– Jogo pesado. Todas as seleções tem em comum a troca de treinador recentes, novos trabalhos vencedores, que classificaram as equipes para a Copa. Camarões sai perdendo no primeiro jogo, ganha no segundo e classifica. Sérvia e Suíça tiram Portugal e Itália. É uma equipe com qualidade de jogo, os sérvios são conhecidos por essa qualidade. Tadic é o maior exemplo desse jogador. É uma equipe contra a qual tivemos um grande jogo no Mundial da Rússia (1 a 1), e alguns estão na seleção novamente. Tem que trabalhar dentro do nosso equilíbrio: muito cuidado defensivo e fazer o nosso jogo ofensivo, que a gente vem numa crescente.
A Seleção voltará a campo em junho. A CBF tem negociações avançadas para realizar amistosos contra Japão e Coreia do Sul. Também há expectativa de encarar a Argentina, em duelo válido pela sétima rodada das Eliminatórias. É possível que os confrontos aconteçam na Austrália.
Ainda haverá uma outra data Fifa antes da Copa, em setembro, quando o Brasil deve realizar amistosos contra seleções da Concacaf.
Veja outros trechos da entrevista de Tite:
Importância da defesa
– Não acredito só em defesa ou só em ataque, acredito no equilíbrio. Tem sido assim. Acredito num modelo, modelo em que a gente propõe o jogo, tem a posse de bola, agride o adversário sem abrir mão de ter consistência, é isso que leva à vitória. Eu não tenho aprofundamento (para falar dos adversários), porque tinha que dar atenção especial à equipe. Estou aqui sem dormir, meio zoado, hoje na reunião dos técnicos estava tomando café para caramba. Agora vou ter o aprofundamento.
Mesmos adversários de 2018
– Primeira reação que tive foi: novidade não vai ser. Só faltava a Costa Rica, aí também teria que jogar na loteria (risos). Eu, particularmente, tive esse sentimento, mas outro não. Agora vou aprofundar, inclusive com o grupo de trabalho com o acompanhamento de todas as seleções que fizemos por outros analistas. Agora vou aprofundar.
Segunda Copa
– Maturidade maior, uma consciência maior, adrenalina e a expectativa são mais elaboradas, o aspecto mental um pouco mais equilibrado. Não só no futebol, mas no dia a dia, relação com meus filhos, esposa, irmãos.
26 jogadores na Copa
– Estrategicamente, temos utilizado isso e o grupo assimilou. Vou cometer uma inconfidência: às vezes estou em casa, e minha filha é socióloga, aí eu digo: “Quero mais tempo para trabalhar, treinar, fazer isso e aquilo.” Aí ela me falou: “Tu tens os melhores para escolher na Seleção. E o problema que tu tens, os técnicos das outras seleções também têm.”(Ge)