
Ministros do primeiro escalão do governo Jair Bolsonaro estariam utilizando aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) para fazer campanhas em seus redutos eleitorais. Para isso, eles estariam alegando que precisam das aeronaves para cumprirem os seus compromissos oficiais. As informações são do colunista Paulo Cappelli da revista Crusoé.
Conforme o colunista, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, tem ido com certa frequência para o estado do Piauí, que é a sua base eleitoral.
Ciro Nogueira estaria solicitando as aeronaves da FAB com a justificativa de participação em eventos oficiais, como a entrega de um hospital universitário, cerimônia de filiação de políticos ao partido Progressistas – do qual faz parte e é presidente – e inauguração de obras.
No entanto, durante esses eventos, o ministro da Casa Civil aproveitou para discursar e pedir votos tanto para a reeleição do presidente Jair Bolsonaro quanto para Sílvio Mendes (PSDB), que é candidato ao governo do Piauí.
Ministro da Saúde
Segundo o colunista Paulo Cappelli, o campeão em solicitar os jatinhos da FAB é o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Somente neste ano, foram 27 requisições até o momento.
Dessas viagens, seis tiveram como destino algumas cidades da Paraíba, estado pelo qual cogita se candidatar ao Senado ou ao governo.
Demais usos
Alguns usos desmedidos foram realizados pelos ministros do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, e das Comunicações, Fábio Faria. Eles teriam usado aviões da FAB para participar de eventos de natureza eleitoral.
De acordo com o Ministério Público Federal, ambos teriam realizado campanhas eleitorais fora da data permitida durante compromissos oficiais no Rio Grande do Norte.
Para o MP, ficou configurado o “pedido explícito de votos” em um evento para a inauguração de obras de transposição do Rio São Francisco, em fevereiro deste ano.
“Durante o evento, acompanhados de Jair Bolsonaro, eles pediram votos para o presidente e para a candidatura de Rogério Marinho ao Senado, além de pregarem contra a reeleição da governadora do estado, Fátima Bezerra”, afirmou a Procuradoria da República no Rio Grande do Norte.
Ao ser questionado, o Ministério da Defesa afirmou que “compete à autoridade solicitante analisar a efetiva necessidade da utilização de aeronave do Comando da Aeronáutica em substituição a voos comerciais”. Isso significa que cabe aos próprios ministros avaliarem se podem ou não utilizar os jatinhos da FAB. (ISTOÉ)