Mito: Pessoas com inteligência avançada não é sinônimo de transtorno

 

 

Neurocientista e psicóloga explicam a diferença entre superdotação e altas habilidades

É preciso desmistificar ideias deturpadas sobre superdotação e altas habilidades, pois pessoas portadoras destas características têm em comum: habilidade acima da média (que envolve habilidades gerais e habilidades específicas), envolvimento com a tarefa (motivação) e criatividade. Porém o mundo emocional é tão singular quanto qualquer outra pessoa que não possua esse padrão cognitivo acima da média, talvez por isso, o equívoco de acreditar que todo superdotado ou portador de altas habilidades tenha algum transtorno, já que são fonte de curiosidade e objeto de estudo de muitos pesquisadores.

“Esse pensamento de que pessoas superdotadas têm algum tipo de transtorno é um pensamento raso e limitado. Igual dizer que autistas são superdotados. Eu poderia dizer que pessoas de alto QI têm maiores chances de evitar transtornos já que usa da melhor lógica para melhores estratégias e reconhecimento dos fatos. O que acontece é que, pessoas que fazem o teste de QI, tirando as crianças, podem ser pessoas que precisam provar algo para si mesmo, que já seria um indício de algo. Claro, não pode generalizar, há quem faça o teste por outras razões. Assim como pessoas com autismo descobrem seu autismo fazendo testes, entre eles, de QI. Logo, mais pessoas fazendo testes, mais descobertas. Se todas as pessoas do mundo fizessem teste de QI, tenho certeza que os de QI alto, a maioria, não seriam autistas nem teriam transtornos.” defende o neurocientista e biólogo, membro da Society for Neuroscience nos Estados Unidos e membro de 4 sociedades de alto QI, Dr. Fabiano de Abreu Agrela.

Dr. Fabiano de Abreu Agrela

 

“Portadores de superdotação/altas habilidades podem sim ter um mundo emocional e vida social bastante saudável, entretanto, as pessoas costumam ter a sensação de que os mesmos são necessariamente tímidos, seletivos, reservados ou menos sociáveis.” disserta a psicóloga e neurocientista, Leninha Wagner. Isso pode até acontecer, pelo fato de se entediar com pessoas da mesma faixa etária e sem os mesmos interesses que eles, porém, desenvolvem habilidades sociais, tendo inclusive como característica marcante o poder de comunicação e persuasão através da fala.

Leninha Wagner

Para o Dr. Francis Moreira da Silveira, médico neuropsiquiatra, “Destacamos os indivíduos com a capacidade intelectual elevada como oportuno neurodesenvolvimento anatômico e funcional. As influências epigenética e genética condicionam estes indivíduos na melhor performance cognitiva e não correlaciona a transtorno neuropsiquiátrico.”

Dr. Francis Moreira da Silveira

“Basta o olhar atento e a descoberta logo na infância dessa “mente brilhante”, sendo ofertado à ele o estímulo necessário para o seu desenvolvimento e “sede de conhecimento”.
Para tanto a busca por profissionais e testagem de QI, se faz necessário.” aconselha a psicóloga, Leninha Wagner, especializada em testagem de QI.