Durante o período em que esteve à frente do Palácio dos Bandeirantes, ex-tucano estabeleceu relação próxima com o comando das principais igrejas em São Paulo
Embora o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin ainda não tenha sido oficializado como candidato a vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-tucano tem atuado como importante ponte da candidatura do petista com líderes evangélicos.
A CNN apurou que Alckmin tem tido, nos últimos meses, uma série de conversas reservadas com os comandos das principais igrejas pentecostais e neopentecostais. Nesses encontros, de acordo com os relatos, a pauta é única: quebrar uma possível resistência do eleitor evangélico a Lula. Neste momento, há conversas para que Alckmin se reúna nos próximos dias com Samuel Ferreira, bispo do Ministério Madureira da Assembleia de Deus.
Segundo aliados do ex-governador, o papel a ser desempenhado por Alckmin é baseado no histórico do ex-tucano. Eles lembram que, durante todo o período em que esteve à frente do Palácio dos Bandeirantes, Alckmin estabeleceu uma relação bastante próxima com o comando das principais igrejas no Estado de São Paulo. Tanto que, durante suas campanhas eleitorais, o ex-governador paulista sempre estabelecia um grupo de trabalho específico para a relação com o eleitorado cristão.
Em 2018, quando disputou a Presidência da República pelo PSDB, Alckmin dedicou parte de sua agenda de candidato aos evangélicos. Ele chegou a receber cerca de 80 líderes de igrejas pentecostais e neopentecostais em um jantar na ala residencial do Palácio dos Bandeirantes. Naquele momento, como agora, um dos principais objetivos era o de minar a influência de Jair Bolsonaro (PL) nesse grupo —que representa aproximadamente um terço do eleitorado.
Hoje, de acordo com as pesquisas, o eleitorado evangélico está dividido entre Bolsonaro e Lula. Nesse cenário, a atuação de Alckmin nas cúpulas ganha ainda mais importância, na avaliação de dirigentes petistas.
Os planos do PT, por enquanto, são o de se concentrar na base. A ideia é que sejam criados grupos específicos na campanha de Lula para dialogar com os evangélicos —principalmente os que estão nas periferias. Aliados do ex-presidente acreditam que, para além da agenda de costumes, a pauta econômica tem bastante peso para essa fatia do eleitorado.(CNN)