OMS atualiza informações sobre a variante Ômicron, detectada em 110 países

De acordo com a OMS, a compreensão atual da variante continua a evoluir à medida que mais dados se tornam disponíveis Josué Damacena/IOC/Fiocruz

Instituição divulgou atualizações sobre os principais aspectos da linhagem relacionados à transmissão, gravidade e impacto nas intervenções, como diagnósticos, tratamento e vacinas

A variante Ômicron do novo coronavírus já foi detectada em 110 países. Em um boletim divulgado na quinta-feira (23), a Organização Mundial da Saúde (OMS) informou dados atualizados sobre os principais aspectos da linhagem relacionados à transmissão, gravidade e impacto nas intervenções, como diagnósticos, tratamento e vacinas.

De acordo com a OMS, a compreensão atual da variante continua a evoluir à medida que mais dados se tornam disponíveis. Há evidências consistentes de que a Ômicron tem uma vantagem de crescimento substancial sobre a Delta.

Os estudos apontam que a Ômicron está se espalhando significativamente mais rápido do que a variante Delta em países com transmissão comunitária documentada, com um período de duplicação de 2 a 3 dias.

Segundo a OMS, as estimativas da taxa de crescimento na África do Sul estão diminuindo, impulsionadas em grande parte pelas taxas de declínio na província de Gauteng. A cepa foi relatada pela primeira vez à OMS pela África do Sul no dia 24 de novembro.

Gravidade da variante

Os dados sobre a gravidade clínica dos pacientes infectados com a Ômicron estão crescendo, mas ainda são limitados, segundo a OMS.

Os primeiros dados da África do Sul, Reino Unido e Dinamarca sugerem um risco reduzido de hospitalização para Ômicron em comparação com a Delta. No entanto, o risco de hospitalização é apenas um aspecto da gravidade, que pode ser alterado.

A OMS reforça que mais dados em diferentes países são necessários para entender como os marcadores clínicos de gravidade – como o uso de oxigênio, ventilação mecânica e mortes – estão associados à Ômicron.

No momento, ainda não está claro até que ponto a redução observada no risco de hospitalização pode ser atribuída à imunidade conferida por infecções anteriores ou pela vacinação e até que ponto a Ômicron pode ser menos virulenta.

Imunidade

Os dados preliminares de vários estudos preprint, ainda não revisados por pares, sugerem que há uma redução nos títulos de anticorpos neutralizantes contra a Ômicron em indivíduos que completaram o esquema de vacinação primário ou que tiveram infecção anterior pelo SARS-CoV-2.

A OMS alerta que o aumento do risco de reinfecção relatado na Inglaterra, bem como uma tendência crescente de casos de reinfecção na Dinamarca e em Israel, pode ser atribuído a um potencial escape imunológico da Ômicron.

Impacto para as vacinas

Até o momento, os dados disponíveis sobre o impacto da variante Ômicron para a eficácia das vacinas são limitados. Resultados preliminares dos estudos de efetividade da vacina foram divulgados na África do Sul e no Reino Unido.

Os dados do Reino Unido indicam uma redução significativa na eficácia da vacina contra doença sintomática para a Ômicron em comparação com a Delta após duas doses da vacina Pfizer ou AstraZeneca. Houve, no entanto, maior eficácia duas semanas após um reforço da Pfizer, que foi ligeiramente inferior ou comparável ao do Delta.

Um estudo em formato preprint realizado por pesquisadores sul-africanos, usando dados de seguros de saúde privados, relatou reduções na eficácia da vacina da Pfizer contra infecção e, em menor grau, contra hospitalização.

“Os dados preliminares disponíveis devem ser interpretados com cautela porque os estudos podem estar sujeitos a viés de seleção e os resultados são baseados em números relativamente pequenos”, diz o comunicado da OMS.

Diagnóstico e tratamento

A precisão da técnica de diagnóstico de biologia molecular (RT PCR) e dos ensaios de teste rápido de diagnóstico baseado em antígeno são capazes de detectar a variante Ômicron.

Segundo a OMS, há a expectativa de que as intervenções terapêuticas para o cuidado de pacientes com Covid-19 grave ou crítica associada à Ômicron, como corticoides e bloqueadores da inflamação permaneçam eficazes.

Dados preliminares sugerem que alguns dos anticorpos monoclonais desenvolvidos contra o SARS-CoV-2 podem ter diminuído a neutralização contra a Ômicron. De acordo com a OMS, os anticorpos monoclonais precisarão ser testados individualmente quanto à sua ligação ao antígeno e neutralização do vírus, e esses estudos devem ser priorizados.

Com informações CNN