Delegados da PF querem salário igual ao de ministros do STF

 

 

Delegados federais negociam nos bastidores a proposta de reajuste para a categoria com o deputado Hugo Leal (PSD-RJ)

 

Mesmo que o relatório apresentando pelo parlamentar nesta segunda-feira (20) não traga a previsão de aumento para as carreiras da segurança pública. As negociações pedem por um aumento que equipara um dos salários aos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Nas conversas, com deputados e senadores, a intenção é fazer com que a proposta, que vai ser votada pelo plenário do Congresso Nacional tenha a reestruturação da carreira com os aumentos. Estudos feitos por integrantes do Ministério da Justiça mostram que delegados de classe especial e peritos criminais da Polícia Federal podem passar a receber até R$ 36,7 mil, um reajuste de 18% em relação ao salário atual.

O menor contracheque das carreiras da corporação, pela proposta, passará a ser agora de R$ 18,3 mil para papiloscopista, escrivão e agente classe 3.

Além disso, os servidores que tenham pós-graduação poderão ganhar um adicional que varia entre 7,5% para especialização e 12,5% para quem tiver doutorado.

Com a medida, um delegado da classe especial, no fim da carreira, poderá ganhar o mesmo que o teto recebido pelos ministros do Supremo. A proposta do governo não foi divulgada oficialmente, porque o Palácio do Planalto não quer que esses percentuais sejam usados para que categorias de outras áreas cobrem aumento salarial.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) quer agradar os funcionários da Segurança Pública que fazem parte da base fiel.

Apesar disso, a proposta gera desconforto até mesmo entre esses profissionais de outras carreiras da segurança, porque com o reajuste dos delegados, os policiais rodoviários, que cobram uma aproximação dos vencimentos aos colegas da Polícia Federal, continuariam com o contracheque bem diferente dos delegados.

No caso da Polícia Rodoviária Federal, os salários, atualmente, variam entre R$ 9 mil e R$ 16 mil. Pelo estudo, os valores chegariam no máximo a R$ 19 mil. O ministro da Justiça, Anderson Torres, é delegado da Polícia Federal e será beneficiado com as mudanças na carreira.