Audiência apoia nome de bióloga para praça em Taguatinga

Segundo o deputado Daniel Donizet, Maria Clara foi a principal responsável pela recuperação da praça da EQNL 10/12, que estava “depredada e abandonada”

 

Os participantes da audiência pública da Câmara Legislativa, na tarde desta segunda-feira (18), apoiaram a escolha do nome Praça Bióloga Maria Clara para o espaço que fica na EQNL 10/12, em Taguatinga, em homenagem a Maria Clara Santos Véras, que faleceu em março do ano passado, aos 25 anos, em virtude de complicação pós-cirúrgica para correção de uma má formação arteriovenosa congênita.  O evento, com transmissão ao vivo pela TV Web CLDF e pelo canal da Casa no Youtube, foi mediado pelo autor da proposta, deputado Daniel Donizet (PL).

O parlamentar destacou que a bióloga, graduada pela Universidade de Brasília (UnB), foi a principal responsável pela recuperação da praça, que estava “depredada e abandonada”. Mediante a Lei 448/1993, ela e o pai adotaram o espaço em 2011 e promoveram melhorias para que a vizinhança pudesse utilizar a praça como área de lazer e convivência.

“Maria Clara era apaixonada pelo meio ambiente e, principalmente, pelos animais”, enfatizou Donizet, ao citar que, no local, ela instalou comedouros e bebedouros para que os animais carentes não passassem fome ou sede, além de encaminhá-los para tratamento veterinário. “A comunidade abraçou a causa, contribuindo com rações e até mesmo abrigos para que os animais pudessem se proteger do frio e da chuva”, contou.

Segundo o deputado, Maria Clara também foi responsável por levar o esporte para a vizinhança, ao providenciar redes e bolas de basquete, vôlei e futebol, além de realizar campeonatos entre as crianças. “Maria Clara era muito bem quista e admirada pelos moradores da região, que sugeriram a homenagem”, alegou.

Presente na audiência, o pai de Maria Clara, Willian Martins Véras, narrou o processo de recuperação da praça. A administração de Taguatinga cedeu o direito de conservação da praça, de onde foram retirados caminhões de entulhos, realizada a limpeza e o plantio de árvores, sendo que hoje o local é usado pela comunidade para a prática de esporte e contemplação da natureza.

“Queremos eternizar Maria Clara nesse espaço que ela usufruiu e amou de coração”, afirmou o pai da bióloga, ao agradecer a homenagem à filha. 

Em apoio à nomenclatura, o representante da Administração Regional de Taguatinga, Erick Welson Mendonça, considerou que Maria Clara, de fato, “exercia seu amor pela cidade”. Por sua vez, o morador Maurílio Macedo disse ter testemunhado a dedicação da família Véras à praça. Antes, o local era frequentado por usuários de drogas e “dava medo de passar por ali”, discorreu, ao enfatizar o empenho da família na restauração e conservação do espaço. “Idealizadora da adoção, Maria Clara foi cuidadora da praça e sua família vai manter esse legado”, acrescentou.

Legislação 

A audiência pública ocorre em cumprimento à Lei 4.052/2007, que trata sobre a denominação de logradouros, vias, monumentos públicos, núcleos urbanos e rurais, regiões administrativas e bairros, no Distrito Federal. A lei dispõe que esses locais poderão receber denominação de pessoas falecidas, desde que tenham, comprovadamente, prestado relevantes serviços ao DF.
Após a audiência desta tarde, o PL nº 1975/2021, que dá a denominação à praça, seguirá para apreciação das comissões da Casa, de onde seguirá para votação em plenário.

 

Franci Moraes – Agência CLDF